Especial Ceni: Rogério, o goleiro que marca gols

Mais do que um goleiro, Rogério Ceni se especializou em cobrar faltas e se tornou o recordistas de gols em sua posição

Fonte IG
Rogério Ceni se tornou o maior goleiro-artilheiro de todos os tempos (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)
Rogério Ceni é um goleiro cheio de marcas e histórias, mas talvez a que lhe traga maior orgulho é o fato de que ninguém na sua posição marcou tantos gols quanto ele. Foram 131 marcados em 25 anos de carreira, sendo que foram 19 temporadas consecutivas com gols entre o primeiro e último marcados.
A história do goleiro artilheiro começou muito antes de ser autorizado a cobrar faltas. Logo depois de chegar ao São Paulo vindo do Sinop-MT, Rogério passou a conviver com Alexandre, goleiro da base tricolor, que tinha habilidade com os pés e boa finalização, coisa rara para um goleiro da época. Com a influência do amigo começou a treinar cobranças de falta e, com muito treino (ficava cerca de uma hora depois de cada atividade treinando finalizações), conseguiu se tornar um especialista.
Especial Ceni: Alexandre, o goleiro que mudou destino de Rogério pelo São Paulo
Apesar de conquistar a admiração de Telê Santana, tanto por sua habilidade, quanto por sua dedicação, nunca conseguiu autorização do treinador para cobrar faltas nos torneios amistosos e partidas oficiais que jogava. A chance só veio em 1996, quando Muricy Ramalho assumiu o time e, em partida amistosa, autorizou o goleiro a fazer cobranças. Não demorou e as tentativas viraram acerto.

Rogério Ceni se tornou um especialista em cobrar faltas Divulgação/São Paulo FC
O São Paulo foi até Araras enfrentar o União São João pelo Campeonato Paulista. Desde o início da temporada o goleiro já arriscava cobranças, mas como o gol não saia, a desconfiança começava a pairar sobre o jogador. Na partida, o São Paulo buscava manter o bom início no campeonato e logo no começo da partida, Marques avançou pela intermediária e foi derrubado por Maciel perto da grande área e Wilson de Souza Mendonça marcou a falta. Rogério, com o aval de Muricy, atravessou o campo e se posicionou ao lado de Serginho. Adnan, goleiro do time de Araras, ajeitou a barreira. Rogério partiu e bateu aberto pelo lado da proteção para marcar. Começava ali uma história de amor entre o arqueiro e as redes adversárias.
A temporada de 1997 foi especial para os goleiros artilheiros. No dia em que Rogério marcava seu primeiro gol, José Luis Chilavert, goleiro paraguaio que atuava no Velez Sarsfield, já tinha a marca de 15 marcados e, em sua melhor temporada, terminou o ano com a marca dobrada. Rogério terminou aquela temporada com três gols marcados.

Chilavert fez 62 gols na carreira (Shaun Botterill/Getty Images)
Em 1998 veio o único momento em que Rogério deixou de cobrar faltas pelo clube. Ameaçado do rebaixamento no Campeonato Brasileiro daquele ano, realizou diversas trocas de treinador. O campeão Paulista Nelsinho Baptista deu lugar a Pita, técnico da base, que durou poucos jogos e abriu espaço para Mário Sérgio Pontes de Paiva, que, acreditando que aquilo era moda passageira, proibiu o goleiro de cobrar faltas. Foi o único treinador de Rogério, além de Telê Santana, a tomar tal atitude. Sorte do São Paulo.
Rogério e Chilavert continuaram a disputa pelo posto de maior goleiro artilheiro de todos os tempos, as vezes sofrendo concorrência do colombiano René Higuita e do mexicano Jorge Campos (que marcava a maioria dos seus gols quando jogava como atacante) e assim foi até 2004, quando o paraguaio se aposentou e finalizou sua carreira com a marca de 62 gols marcados contra 33 do brasileiro.
Chegou o ano de 2005 transformou Rogério Ceni em mito. No ano em que venceu o Campeonato Paulista, a Libertadores de América e o Mundial de Clubes, o goleiro bateu o recorde de gols marcados por um goleiro em uma temporada ao balançar as redes 21 vezes, sendo o artilheiro do São Paulo no ano.
Foi no ano de 2006 que, no intervalo de cinco dias, Rogério foi de uma das maiores tristezas para uma das maiores alegrias da carreira. No dia 16 de agosto falhou e deixou escapar o bicampeonato da Libertadores para o Internacional. No dia 20 marcou dois gols contra o Cruzeiro, chegando aos 63 e se tornando o maior goleiro artilheiro do mundo, deixando Chilavert para trás.

Rogério Ceni comemora seu último gol na carreira profissional marcado contra o Ceará
Os gols que deram o recorde ao goleiro foram, coincidentemente, marcados em suas vítimas favoritas: O Cruzeiro do goleiro Fábio.
Os mineiros dividem com o Palmeiras o posto de equipe que mais sofreram gols, foram sete marcados contra cada. Logo depois Grêmio e Figueirense com seis gols sofridos e Santos e Vasco com cinco. Entre as equipes que disputaram a Série A em 2015, apenas o trio catarinense Avaí, Chapecoense e Joinville podem se orgulhar de que Rogério se aposentou sem que vazasse os seus goleiros durante a carreira. Se levar em conta as equipes campeãs do brasileiro, os que menos sofreram com sua pontaria foram Internacional, Atlético-PR e Coritiba com apenas dois gols sofridos. Portuguesa e Corinthians, rivais no estadual, foram três vezes vítimas do goleiro. Fora do Brasil, apenas o Tigres do México foi vencido mais de uma vez pelo goleiro com os dois gols marcados no encontro das equipes pelas quartas-de-final da Libertadores de 2005.
Outra marca de orgulho do goleiro é de ter marcado o seu centésimo gol contra um dos maiores rivais do São Paulo. Em 27 de março de 2011, na Arena Barueri, cobrou falta e venceu o goleiro Julio César do Corinthians e chegou a marca centenária. Na época existiu polêmica pois a marca inclui dois gols marcados por Rogério em amistosos que não são considerados pela Fifa em sua conta oficial.

O goleiro Fábio é a maior vítima de Rogério (Getty Images/Buda Mendes)
Fábio carrega a marca de ser o goleiro que mais vezes foi vazado com sete gols sofridos. Em 2003 foi vazado ainda pelo Vasco e depois sofreu mais seis gols pelo Cruzeiro. Marcos, ex-Palmeiras, vem em seguida com quatro gols.Campagnolo, único estrangeiro a sofrer gols mais de uma vez, Tiago e Magrão estão logo atrás com três gols sofridos por cada um.
Desde que se tornou um goleiro que também marcava gols, Rogério foi soberano no futebol brasileiro, exceto no Brasileiro de 2011, quando sofrendo com lesões o goleiro marcou apenas duas vezes no campeonato contra três de Marcio, que defendia o Atlético-GO. Na outras temporadas manteve uma média de 6,9 gols por temporada.
O último gol de Rogério Ceni marcado na carreira profissional, assim como o primeiro, aconteceu longe do Morumbi. Foi marcado na vitória do São Paulo por 3 a 1 contra o Ceará, no Castelão, em 26 de agosto, na Copa do Brasil.
Rogério detém os recordes de goleiro com mais gols marcados, o de mais gols de falta (61), de pênalti (69) e o de mais gols por um único clube. Entre todas as marcas possíveis para um goleiro não atingiu apenas três. Chilavert possui o recorde de gols marcados em um jogo (marcou três na vitória do Velez por 6 a 1 sobre o Ferro Carril em 1999) e também o de marcados por uma seleção (foram nove pela seleção paraguaia). Ainda, fica atrás Peter Schemeichel no número de gols marcados com bola rolando. São 13 do dinamarquês (sendo um de bicicleta) contra apenas um do brasileiro.
O goleiro encerra a carreira como 10º maior artilheiro da história do São Paulo, deixando para trás jogadores como Raí, Careca, Pedro Rocha, Friedenreich, Dino Sani e Canhoteiro que, apesar de atacantes, foram superados pelo goleiro. É também o quinto maior artilheiro do estádio do Morumbi, com 73 gols marcados.

Rogério comemora o seu centésimo gol contra o (CorinthiansRubens Chiri/saopaulofc.net)
Gols de Rogério
Total: 131 (129 oficiais e 2 em amistosos)
Falta: 61
Pênalti: 69
Bola Rolando: 1
Por resultados:
95 gols em vitórias
25 gols em empates
9 gols em derrotas
Por campeonato:
Brasileiro: 65
Paulista: 38
Libertadores: 14
Mundial de Clubes: 1
Copa do Brasil: 4
Outros Torneios: 7
Amistosos: 2
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