Kaká dá prioridade ao São Paulo na volta ao Brasil, defende nova geração da seleção, fala da aposentadoria...

Fonte Blog Jorge do Nícola
Kaká trocou o Tricolor pelo Orlando no fim do ano passado e faz sucesso nos EUA (Divulgação)
O futebol já levou Kaká a viver em quatro países diferentes: Brasil, Itália, Espanha e Estados Unidos. Ainda assim, em sua terra natal, ele só vestiu a camisa do São Paulo. E continuará sendo dessa forma se depender da vontade do melhor jogador do mundo em 2007. Direto de Orlando, para onde se mudou no início deste ano, Kaká afirmou ao Blog que telefonará ao Tricolor para negociar caso volte ao Brasil.
“Já fui sondado por vários clubes do Brasil e cheguei a conversar com alguns deles, mas meu posicionamento sempre foi que a prioridade seria do São Paulo”, justifica o meia, revelado no Morumbi — ele ficou de 1994 a 2003 no clube e voltou brevemente em 2014.
Na condição de maior estrela da MLS (Major League Soccer), nome da liga americana de futebol, Kaká viveu meses atípicos em 2015. Ele mal era reconhecido nas ruas, assim que foi contratado pelo Orlando City. Hoje, diante do sucesso, já não pode mais caminhar pelas ruas da cidade onde moram 30 mil brasileiros. No bate-papo, Kaká também revelou surpresa com a prisão de José Maria Marin, enalteceu a safra de brasileiros e falou sobre a Copa do Mundo de 2018.
BLOG_ Você é o primeiro jogador eleito pela Fifa como o melhor do mundo a disputar a Major League Soccer. Como tem sido a vida no futebol dos Estados Unidos?
KAKÁ_ Estou impressionado com a velocidade com que a liga cresce e tudo tem sido muito legal para mim. Apesar das dificuldades do primeiro ano e do fato de o Orlando ter começado do zero, está sendo ótimo. Temos estádios lotados, o número de espectadores de TV e patrocinadores só aumenta… Eu já tinha uma ideia de que seria muito bom, mas superou minhas expectativas.
A cidade de Orlando abraçou o time, como dizem?
Muito. Temos uma média de público de 30 mil pagantes por partida. Na nossa estreia, eram 63 mil pessoas. E o grosso da torcida é formado por americanos. São eles que ficam atrás do gol, cantando o jogo inteiro. A gente também tem muitos latinos e brasileiros na torcida.
Consegue andar normalmente na rua?
Dá para andar, sim. Quando cheguei aqui, jogador de futebol era tratado como um jogador de beisebol aí no Brasil. Mas as coisas mudaram e hoje já sou reconhecido, até porque existe muito latino e brasileiro em Orlando.
Você já tem 11 gols em 30 jogos no Orlando. A que se deve essa fase artilheira?
Estou bem fisicamente, sem problemas de lesão. Aqui, há sempre cinco ou seis dias para se recuperar entre um jogo e outro. Então, ajuda. E eu nunca fui um grande artilheiro, mas sempre tive bons números de gols e assistências.
Mas, no São Paulo, você foi mais importante com sua presença do que com gols ou passes, concorda?
É verdade. Isso ficou muito marcado na minha passagem pelo São Paulo. Todo mundo concorda que minha presença teve um efeito muito positivo no grupo e também é assim agora. Aprendi a jogar de outra maneira, sendo um líder e fazendo com que os outros joguem mais.
O ex-presidente da CBF, José Maria Marin, foi preso na Suíça a partir de uma investigação que nasceu aí nos EUA. Como recebeu a notícia?
Acho que foi uma grande surpresa para todo mundo. E aqui se comentou bastante dessa prisão, por causa da atuação do FBI. Mas foi um sinal importante para a liga americana e, de certa forma, foi um alerta para todo mundo.
O Orlando City foi à Justiça contra o São Paulo para cobrar uma dívida de R$ 14 milhões por sua contratação. O que pensa dessa briga?
Procuro ficar isento, fora deste assunto, até porque não me condiz. Claro que eu estava envolvido no acordo como atleta, mas, de uma forma geral, não é problema meu. Espero que resolvam da melhor maneira possível, até porque são dois clubes pelos quais eu tenho um carinho imenso.
Qual sua opinião sobre a crise financeira e política existente no São Paulo?
É difícil de falar estando longe, sem viver o dia a dia, sem ver o que se passa no Morumbi. Prefiro não fazer comentário por falta de informações.
Tem acompanhado o Campeonato Brasileiro?
Sempre. É um campeonato supercompetitivo, que já teve Sport e Atlético-PR como surpresas. O São Paulo está na briga, apesar de alguns tropeços.
Você nunca escondeu o carinho pelo São Paulo. Até por isso, jogaria em um rival?
Para falar a verdade, já fui sondado por vários clubes do Brasil e cheguei a conversar com alguns deles, mas meu posicionamento sempre foi que a prioridade seria do São Paulo. E continua sendo assim. Se um dia eu voltar ao Brasil para jogar, minha prioridade será sempre o São Paulo.
E se o São Paulo não se interessar na sua volta?
Se eles falarem que não me querem, aí eu abro realmente para outras coisas e oportunidades. Veremos o que aparecerá a partir de então. Mas o primeiro clube com quem conversarei será o São Paulo.
Apostaria que o Rogério Ceni vai mesmo se aposentar em dezembro?
Acho que neste ano o Rogério para. E fiquei feliz de ele ter renovado em agosto. Pela história que tem no São Paulo e no futebol brasileiro, não seria legal vê-lo parar na metade do ano.
Você que indicou o Ganso para o Orlando City?
Eu gostaria muito de tê-lo aqui, mas houve aquela dificuldade entre os clubes (o São Paulo entende que só deve R$ 1,7 milhão ao Orlando e não existiu acordo). Soube que, entre o Ganso e o Orlando City, estava tudo bem encaminhado.
Mas, com 25 anos, o Ganso não está muito novo para ir ao futebol americano?
Não acho que a vinda dele fecha as portas para o mercado europeu. Tem vários jogadores que passam por aqui e, depois, vão para a Europa.
A atual geração de jogadores brasileiros é ruim?
Não acho. Para falar a verdade, acho muito boa, com a maioria dos jogadores atuando em grandes clubes da Europa. Quando esses jovens estiverem mais maduros, experientes e melhores na parte tática e técnica, será uma geração que dará muitas alegrias para o torcedor brasileiro.
A dependência que existe em relação ao Neymar é preocupante?
Estamos falando de um jogador que vai brigar para ser o melhor do mundo por muitos anos. E não vejo nenhum problema em uma seleção depender de um só jogador. É sempre assim, com exceção da atual Alemanha. Claro que a seleção brasileira tem de se preparar, ter um estilo de jogo, mas o Neymar será o líder técnico do time por bastante tempo.
O São Paulo e o Internacional experimentaram neste ano técnicos estrangeiros, no caso, Osorio e Aguirre, respectivamente. Gosta da ideia?
Sim. Precisamos abrir a mentalidade e parar de acreditar que somente o Brasil tem coisas boas. Não é porque ganhamos a Copa do Mundo em 1994 e 2002 que vamos ganhar sempre. Então, é legal ter essa abertura e aprender outras filosofias e ideais diferentes.
Depois de disputar o amistoso contra a Costa Rica, tem esperança de estar na Copa do Mundo de 2018?
Tenho um planejamento a curto e médio prazo quando penso em seleção. Penso em ajudar nas Eliminatórias, ser útil nas convocações. Quando o Dunga me convocar, estarei pronto. Aí, dentro deste contexto, mais para frente, vou pensar em jogar ou não a Copa.
Você está com 33 anos. Já sabe quando vai parar e o que fará a partir daí?
Estou aproveitando a abertura que o Orlando dá para entender como funciona um clube de futebol. Sento com pessoal do marketing, da comunicação, do financeiro… A ideia é ver pedaço por pedaço a estrutura de um time.
Então, pode se tornar dirigente no futuro?
Ainda não sei. Hoje, é meio vago dizer qualquer coisa. Continuo pensando na minha carreira dentro de campo. Tenho mais dois anos de contrato com o Orlando e, quando acabar, estarei com 35 anos. A partir daí será hora de estudar alternativas. Agora tenho de pensar em como ajudar o Orlando.
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