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O São Paulo investiu pesado para ter o CT de Cotia, considerado melhor até que o do Bayern de Munique por Jurgen Klinsmann durante a Copa do Mundo do ano passado, e esperava colher rapidamente os frutos disso em campo. Bem verdade que os tão esperados craques acabaram não aparecendo tanto assim para o time tricolor, mas a recompensa pelo investimento acabou vindo de outra forma, fora das quatro linhas.
Nomes como Lucas, Oscar, Breno e agora Rodrigo Caio, negociado com o Atlético de Madri por nada menos que R$ 44 milhões, nunca conseguiram aumentar a coleção de troféus de Libertadores - o torneio mais desejado do clube - para o São Paulo. Por outro lado, alavancaram - e muito - os lucros do time do Morumbi.
Com nove jogadores das categorias de base (incluindo Hernanes e Denilson, que deixaram a base meses antes da inauguração do CT de Cotia), o São Paulo conseguiu cerca de R$ 270 milhões. Os valores não são exatos porque o clube só passou a discriminar quanto recebeu de cada transação (lembrando que o valor final dos negócios ainda é dividido com empresários e jogadores) em seu balanço oficial a partir de 2013, mas não fogem muito desta cifra.
Há ainda todo o valor que o São Paulo ganha toda vez que um dos seus jogadores formados em Cotia muda de clube, por causa de mecanismo criado pela Fifa. Oscar, por exemplo, rendeu mais 3 milhões de reais quando trocou o Internacional pelo Chelsea.
O valor dá bem mais da metade do que o São Paulo conseguiu lucrar com vendas nos últimos dez anos. E uma coisa não há como negar: o São Paulo sabe vender jogadores como poucos times brasileiros sabem. Afinal de contas, nas dez temporadas em questão, o time do Morumbi conseguiu encher os cofres com nada menos de R$ 503 milhões em negociações, segundo número do próprio balanço oficial do clube.