Foto: Guilherme Baffi
A exibição em sala de aula de três vídeos com zombarias de conotação sobre preferência sexual da torcida do São Paulo FC custou caro ao professor Fernando Henrique Alves, 42 anos. Irritado com a brincadeira, o aluno Leonardo Henrique de Oliveira, 28, são-paulino, agrediu o professor, corintiano, com cadeiradas.
Aluno do curso de formação em operador de empilhadeira oferecido pela Secretaria do Trabalho em parceria com o Sest/Senat, Leonardo teve o desentendimento com o professor na aula anteontem de manhã. Ontem, ele contou que retornava do recesso de final de ano do curso quando foi surpreendido com os vídeos logo no início da aula, exibido aos 10 alunos presentes por meio de um retroprojetor.
Segundo ele, trata-se de uma montagem em que aparecem homossexuais uniformizados com a camiseta do time se beijando em situações eróticas sob a trilha sonora “Ah Wilson Vai”, paródia da música “I will Survive”, da cantora norte-americana Gloria Gaynor. O rapaz conta que se sentiu envergonhado perante os demais alunos que começaram a rir e fazer piadas sobre a opção sexual dos torcedores do Tricolor paulista. Ele era o único são-paulino da turma.
“A intenção do professor era me envergonhar e eu não gostei da brincadeira. Perguntei se este era o material que ele havia preparado para o nosso retorno às aulas e ele me respondeu que só transmitiria o conteúdo do curso após assistirmos aos três vídeos do São Paulo que ele havia levado”.
O aluno disse ainda que pediu para que o professor Fernando Henrique parasse a apresentação do vídeo, mas teve o pedido ignorado. “Pedi com educação, mas ele continuou rindo de mim. Perdi a paciência e saí jogando cadeiras e mesas na cara dele. Não me arrependo, porque como professor ele não deveria se portar dessa maneira em sala de aula. Ele me desrespeitou.”
Quebra-quebra
Na confusão foram danificados diversos materiais de propriedade da Prefeitura, como o projetor, um CPU, um monitor e um notebook. Além disso, os alunos presentes tiveram ainda que conter Leonardo. Após o tumulto o aluno saiu da instituição e retornou para a sua residência no bairro Anchieta. Uma viatura da polícia seguiu até o local e sem que houvesse resistência conduziu o acusado à delegacia de polícia onde ele recebeu voz de prisão em flagrante por dano qualificado e lesão corporal.
Leonardo permaneceu duas horas preso até a família apresentar a fiança de R$ 2,1 mil determinada pelo delegado Walter Colacino. Já em casa Leonardo garante: vai procurar um advogado e entrar com uma ação contra o professor por constrangimento e danos morais. “Errei e paguei caro pelo meu erro. Mas e o professor? Vai ficar impune?”, desabafou.
Outro lado
A reportagem procurou pessoalmente por Fernando Henrique em sua residência e foi recebido por seu irmão que não quis se identificar. Ao Diário ele informou que “tudo não passou de uma brincadeira pra descontrair em sala de aula”. Já em contato telefônico com o professor, ele informou que sofreu apenas escoriações no braço e dispensou socorro médico. Questionado sobre o objetivo didático da exposição do vídeo para uma turma do curso de operador de empilhadeira, ele encerrou o assunto.
Rosane Prado Confortini, coordenadora de desenvolvimento profissional do Sest/Senat informou que a instituição não iria comentar o assunto. A Prefeitura informou que o aluno deverá ser suspenso. A mesma nota informa que “a Secretaria do Trabalho solicitou aos profissionais que trabalham em cursos do gênero que evitem qualquer tipo de conduta que não seja condizente com conteúdo programático previamente aprovado para ser exibido em sala de aula.”
Professor é agredido após fazer piada de são-paulino
Fonte DiarioWeb
29 de Março de 2014
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