Eu fui um dos melhores em campo naquele 0 a 0 no Pacaembu. Essa partida marcou muito para mim e sem dúvida foi a minha melhor atuação em um único jogo. Foi uma partida muito movimentada principalmente para mim ali atrás. A pressão que a gente sofreu foi enorme.

Só deu Palmeiras. A gente ficou o tempo todo se defendendo, tentando não tomar gol. Criamos pouquíssimas oportunidades. Eu batia o tiro de meta e não dava um minuto para o Palmeiras já estar dentro da nossa área de novo. Foi muito intenso. E a partida era importantíssima. Um clássico, no primeiro jogo das oitavas de final de uma Libertadores, depois de o São Paulo ter ganhado dois títulos. O elenco que eles montaram naquele período era muito forte, com Rincón, Evair, Edmundo, Zinho, Mazinho, Roberto Carlos... Um time excelente.



Então a nossa preocupação era a marcação, era como parar aquele ataque. E eu lembro que a semana que antecedeu o jogo foi de muita preocupação. Isso eu sei porque tínhamos a ausência de seis ou sete titulares e entramos com um time misto que não era o que a gente teve nas partidas anteriores daquela Libertadores.

Era essa a preocupação do Telê antes do jogo, naquela semana toda, ele não sabia como aquele nosso time iria se comportar diante de um Palmeiras que era uma verdadeira seleção. Mas conseguimos segurar o Palmeiras e até hoje sempre lembram da minha atuação naquele jogo.



Pra gente a maior consagração foi jogar contra aquele Palmeiras e empatar o jogo da forma como foi. Antes do jogo não dava para imaginar que ele seria tão marcante, principalmente pra mim. Claro que tinha o fato de ser um clássico, mas ninguém sabia o que ia acontecer. A gente sabia que para segurar o Palmeiras a gente não poderia ter erros.

A defesa mais difícil foi depois de uma cabeçada do Evair. O Mazinho cruzou e o Evair cabeceou com força. Eu fiz a defesa em cima da linha sem soltar a bola, segurando firme. Foi uma situação muito rápida, a bola poderia ir para qualquer lugar e acabou vindo na altura de eu fazer um encaixe. Sem dúvida essa foi uma das minhas defesas mais importantes naquele jogo, uma defesa segura que eu sempre lembro como a principal daquele jogo.



Foi impressionante o que a gente fez para segurar o Palmeiras. E por uma ironia, no fim do jogo, eu lembro que o Euller sofreu um pênalti do César Sampaio que o juiz não marcou. Todo mundo achou que foi pênalti.

Era um jogo que o São Paulo não imaginava nunca que acabaria daquela forma. Eu fazendo uma das melhores partidas da minha carreira e com a chance de sair com a vitória no fim do jogo, mas mesmo o empate foi uma verdadeira vitória para a gente. O resultado que conseguimos foi fundamental para a gente avançar naquele ano. A partida da volta foi mais competitiva, deu jogo e a gente conseguiu a vaga.