Carpegiani e o goleiro Rogério Ceni observam treino do São Paulo no CT da Barra Funda, em 1999


Paulo César Carpegiani é o novo técnico do São Paulo. Com contrato até o final do ano que vem, o treinador ocupará a vaga de Sérgio Baresi, alçado ao comando após a demissão de Ricardo Gomes, em agosto.
O presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, negociou pessoalmente e sozinho com o treinador, que estava no comando do Atlético-PR.
Antes de o próprio Carpegiani confirmar o acerto com o São Paulo, os principais dirigentes do clube paulista não sabiam das tratativas.

A contratação foi revelada pelo clube paranaense, em seu site oficial, e, mais tarde, reafirmada à Folha pelo filho do novo treinador são-paulino, Rodrigo Carpegiani.

"Isso é assunto do presidente, eu não me meto", afirmou o supervisor de futebol do clube, Marco Aurélio Cunha. "Se ele [Carpegiani] disse que acertou, ele sabe mais do que eu", continuou o cartola, claramente irritado.

"Tudo foi feito pelo presidente. Não tenho mais detalhes", disse o vice-presidente de futebol Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.

O diretor de futebol João Paulo de Jesus Lopes está de férias. Nenhum outro assessor do clube foi informado sobre esta negociação.

O São Paulo só oficializou o acerto horas depois da nota oficial do Atlético-PR também através de nota oficial.

Depois de comandar os paranaenses contra o Cruzeiro no sábado, Carpegiani foi direto para São Paulo, onde na manhã de domingo fechou o contrato com Juvenal. Ele nem acompanhou a volta da delegação para Curitiba.

Ele será apresentado hoje à tarde e dirige o time contra o Vitória, quarta, em Barueri --o Morumbi receberá show de Bon Jovi no mesmo dia.

Carpegiani deixa o Atlético-PR na quinta posição do Brasileiro a três pontos do G3 para assumir o São Paulo, apenas o 11º colocado.

Após a saída de Ricardo Gomes, o elenco foi dirigido pelo auxiliar Milton Cruz em um empate justamente contra a equipe até então comandada por Carpegiani.

Em seguida, Sérgio Baresi, campeão da Copa São Paulo de juniores deste ano, assumiu o cargo interinamente.

Com ele, o São Paulo disputou 14 partidas, venceu cinco e perdeu outras cinco.

Baresi chegou a ser bancado pelo próprio presidente para comandar a equipe até o final do ano. Mas a derrota para o Grêmio, na última semana, em Porto Alegre, mudou a ideia de Juvenal.

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"Meu [técnico] ganha R$ 10 mil. Está resolvendo o meu problema? Não. Estou contente com isso? Não. Preciso pensar em técnico? Preciso. Estou pensando nisso? Estou", disse o presidente.

No sábado, em Florianópolis, após o empate por 0 a 0 com o Avaí, Baresi reafirmou sua condição de interino.

"Estamos trabalhando assim desde o primeiro dia em que assumi. Quando temos resultado, a pressão diminui. E, quando não temos, aumenta. Em nenhum momento, eu me estabilizei", disse.