Em julho de 2005, o São Paulo Futebol Clube conquistava seu terceiro título da Conmebol Libertadores, um marco que se tornou um capítulo inesquecível na história do futebol brasileiro. Para celebrar as duas décadas desse feito, é importante revisitar como aquele time icônico foi montado, repleto de histórias curiosas e momentos marcantes, como uma contratação realizada em um motel.
A trajetória de Luizão, um dos protagonistas do tri, é emblemática. Com 33 anos e uma carreira sólida que incluía passagens por grandes clubes como Corinthians, Palmeiras e Vasco, o atacante enfrentava incertezas devido a lesões e problemas físicos. No entanto, ao ser abordado pelo São Paulo, Luizão decidiu arriscar, buscando novos ares e oportunidades. “É difícil escrever a mesma história no mesmo lugar”, refletiu ao recordar as palavras de Marco Aurélio Cunha, dirigente do Tricolor na época.
O São Paulo, que havia vivido uma eliminação dolorosa na edição anterior da Libertadores, estava decidido a construir um elenco forte. A visão era clara: trazer jogadores experientes para auxiliar na conquista do tri. Luizão se viu atraído pelo projeto e, mesmo em meio a um tratamento de lesão, a negociação ganhou forma em um ambiente inusitado.
Um encontro importante ocorreu em um restaurante de um motel próximo ao centro de treinamento do São Paulo, onde um dirigente buscava finalizar a negociação. Apesar da relutância inicial de Luizão, a reunião avançou e os acordos foram firmados. Contudo, ele enfrentou um início conturbado, jogando apenas 10 partidas no Campeonato Paulista sob o comando de Emerson Leão, que não o queria em seu elenco.
A reviravolta na carreira de Luizão veio com a substituição de Leão por Paulo Autuori. O novo técnico promoveu mudanças significativas e ofereceu mais espaço ao atacante. Luizão se tornou uma figura importante na equipe, contribuindo decisivamente para a vitória por 4 a 0 contra o Athletico Paranaense na final.
Mas Luizão não estava sozinho nessa jornada. O processo de montagem do elenco tricolor envolveu diversas contratações estratégicas. Nomes como Cicinho, Fabão, Junior e Danilo foram fundamentais na formação do time. As contratações eram parte de um planejamento meticuloso que buscava identificar jogadores promissores e já com experiência, garantindo um entrosamento eficaz.
Em um episódio notável, a equipe de olheiros do São Paulo estava constantemente à procura de talentos, resultando em uma ligação feita às 2 horas da manhã para contratar o lateral-esquerdo Junior, que estava no Parma, na Itália. A decisão se mostrou acertada, já que Junior se tornou um pilar no time.
A montagem do elenco foi também marcada pelo que veio a ser conhecido como o “bonde” do Goiás, com a chegada de Fabão, Grafite e Danilo, formando a espinha dorsal que levaria o São Paulo ao título. A confiança em jogadores que já tinham entrosamento se mostrou um ponto forte na campanha do tri.
Entre trocas de direções e lições aprendidas, o São Paulo, sob novas diretrizes, conseguiu formar um time coeso e vencedor. O título da Libertadores de 2005 não foi apenas uma conquista, mas um símbolo da resiliência e do espírito de equipe que moldou a história do clube e deixou uma marca indelével no futebol brasileiro.
O legado daquele time permanece vivo nas memórias dos torcedores e nos registros históricos, provando que, quando se trata de futebol, as histórias de superação e conquista sempre encontrarão novos retalhos para serem contadas.
Esqueceu também do Josué,que veio no "bonde"do Goiás.
O estagiário se esqueceu de mencionar dois monstros nessa conquista: Amoroso e Mineiro!