O adversário de hoje, às 18h30, no Parque Antarctica é o Internacional, rival direto na disputa pela liderança do Brasileiro. Mas o time que tira o sono de todos no Palmeiras (da torcida ao técnico, dos jogadores ao presidente) é o São Paulo.

A escalada do rival na classificação motiva o Palmeiras, que vai ao Morumbi daqui a oito dias, no dia 30. "Quando os adversários estão próximos, é hora de vencer para se afastar deles", disse o técnico Muricy Ramalho, ontem. "Temos dois jogos assim, duas decisões."

A distância entre Palmeiras e São Paulo é de apenas um ponto, começam a 21ª rodada como líder e vice, respectivamente.

O alviverde vem de quatro tropeços: empatou com Grêmio, Atlético-MG, Botafogo e perdeu para o Coritiba.

"O campeonato é longo e todos os times oscilam. Mas nossa hora já passou", comentou o treinador. "O jogo contra o Inter pode ser o do título."

Prevendo ansiedade e até alguma hostilidade da torcida no Parque Antarctica, onde o time tem encontrado dificuldade para vencer, o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo afirmou que só "palmeirenses corajosos" devem ir ao estádio.

Muricy também pediu ajuda. "A torcida precisa entender que vamos brigar pelo título", comentou. "Precisamos de mais apoio do que nunca."

Há uma semana, quando o time empatou com o Botafogo (1 a 1), parte da torcida pediu a cabeça de Muricy e a volta de Jorginho ao cargo de treinador.

O ex-treinador são-paulino completa hoje sua sétima partida à frente do Palmeiras. Alcançará o mesmo número de jogos, no Campeonato Brasileiro, que os antecessores Vanderlei Luxemburgo e Jorginho --que hoje é seu auxiliar.

Mesmo com vitória, porém, não conseguirá superar o desempenho deles. Sob Luxemburgo, o Palmeiras disputou sete partidas e conseguiu 12 pontos --ou 57,1% de aproveitamento. E tinha a desculpa de estar disputando a Taça Libertadores simultaneamente às primeiras rodadas do Nacional.

Com Jorginho, o alviverde disparou e assumiu a liderança. Foram 16 pontos em 21 possíveis --aproveitamento de 76,2%, que se mantido até o final levaria o time ao título.

Muricy, até agora, conquistou metade dos pontos que disputou (9 em 18). Se ganhar do Internacional, conseguirá se igualar a Luxemburgo. "A torcida tem que apoiar o Palmeiras, não o Muricy", defendeu-se ontem. "Eu não sou um time."

Sob o comando do novo técnico, a produção ofensiva do Palmeiras caiu. E o técnico avisou que não será amanhã o dia da recuperação. "O time está finalizando mal mesmo, o presidente tem razão", comentou. Belluzzo havia se queixado da falta de pontaria do time.

"Mas o único jeito de corrigir isso é treinando muito. E jogando quarta e sábado não tem como", justificou-se.

"Não fiz nenhum treino de finalização nesses dias porque não deu tempo, se não você arrebenta o jogador." O técnico celebrou o fato de ter a próxima semana inteira para treinar. Afinal, o adversário seguinte será o São Paulo.

Adversário

O técnico do Internacional aposta que pode trazer a torcida do Palmeiras para o seu lado hoje à noite. "A gente sabe que os 20 primeiros minutos são essenciais, o estádio pode virar contra eles", disse Andrezinho. "O Tite já trabalhou lá, conhece a pressão e nos passou isso."

PALMEIRAS
Marcos; Wendel, Maurício, Danilo e Armero; Edmilson, Souza, Cleiton Xavier e Diego Souza; Daniel e Obina.
Técnico: Muricy Ramalho

INTERNACIONAL
Lauro; Danilo Silva, Danny Morais, Sorondo e Kléber; Guiñazu, Sandro, Giuliano e Andrezinho; Taison e Alecsandro.
Técnico: Tite

Local: estádio Parque Antarctica, em São Paulo
Horário: 18h30
Juiz: Wilton Pereira Sampaio (DF)