O futebol é um jogo. Óbvio, não? E, em um jogo, o que interessa é a vitória. E os títulos. Justiça é algo subjetivo, principalmente quando lembramos que até há pouco tempo o Ministro da Justiça era um juiz parcial.
Isto posto, não pode haver nada mais justo que considerar Rodrigo Nestor o cara das finais. O MVP, se de basquete estivéssemos falando. O seu gol, aos 49 do primeiro tempo, foi o gol do título. Impediu que o Flamengo fosse vitorioso para o intervalo e pensando em uma estratégia para a virada. Continuavam eliminados, vice-campeões. Foi o que precisaram conversar no vestiário.
Ele se posicionou muito bem, na esquerda - onde tem se encontrado há algum tempo - e retribuiu o soco de Rossi com um petardo, um sem pulo indefensável. Foi apenas o seu segundo gol no ano, em 46 jogos. O 11º em 173 jogos. Mas a importância dele não se mede em estatísticas. É o gol que tira o São Paulo do limbo. O clube volta a ganhar um grande título depois de 12 anos e se coloca novamente na mesa dos players do futebol brasileiro, como gostam de falar os de mente colonizada dos farialimers.
Estava completo seu trabalho de grande artífice do título. No primeiro jogo, foi dele o passe com a mão para cabeçada de Calleri. Com a mão? Sim, foi tão perfeito o pé esquerdo que parecia a mão direita da maioria.
Assistência é com Nestor mesmo. Os números mostram. Ele tem 23 pelo São Paulo. E perde apenas para Lucas, com 25. São assistências decisivas, como no título paulista de 2021, para Luciano. Ou na final de 2022, para Pablo Maia, as duas contra o Palmeiras. E, na Copinha de 2017, foi dele o passe para Antony.
Titular em sete dos nove jogos da Copa do Brasil e com estes números, mesmo assim Rodrigo Nestor é questionado por parte da torcida. Seu físico não permite ganhar muitas divididas, o que basta - juntamente com a ansiedade pelo fim do jejum de títulos - para ser ofendido de maneira cruel.
Mas quem gosta de futebol sabe que dele e de alguns outros é que se pode esperar alguma coisa diferente. E ele mostrou, sendo o homem do título.