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António Oliveira, Ceni e Lázaro viram escudos para dirigentes incompetentes

O corintiano Fernando Lázaro foi o terceiro técnico de clube da Série A do Brasileiro demitido nesta semana Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Existem uma série de fatores em comum que ajudam a explicar as demissões, nesta semana, em sequência de António Oliveira, Rogério Ceni e Fernando Lázaro, respectivamente, estavam nos comandos de Coritiba, São Paulo e Corinthians.

Tudo começou, em uma crônica de uma queda anunciada, quando os três decepcionaram por não conseguir fazer os seus elencos, recos de limitações, chegarem ao menos às semifinais dos torneios estaduais, Eles perderam nas quartas de finais para clubes de menos tradição.

No Campeonato Paranaense, o Coxa caiu diante do Cascavel, no dia 11 de março. Pelo Campeonato Paulista, o Corinthians foi eliminado pelo Ituano, no dia seguinte, e o São Paulo deixou escapar a vaga no confronto contra o Água Santa, no dia 13. Detalhe, os três clubes atuaram como mandantes.

Fora dos Estaduais, somente o português António Oliveira teve um jogo na sequência. O Coritiba, no dia 14 de março, sofreu para vencer o Criciúma, nos pênaltis, em casa, e passar à terceira fase da Copa do Brasil.

Depois disso, os três treinadores tiveram tempo de sobra para ajeitar a casa, no que convencionou-se chamar de intertemporada. Durante esse período, curiosamente, São Paulo e Corinthians fizeram jogos-treinos contra o Coritiba, na capital paulista.

Quando voltaram, a situação até que deu alento para Ceni e Lázaro, que, no dia 6 de abril, venceram, fora de casa, Tigre e Liverpool, respectivamente, na estreia da fase de grupos da Copa Sul-Americana e Copa Libertadores.

O Coritiba só voltou a fazer uma partida oficial no dia 12 abril e não deu muito certo. No Couto Pereira, a equipe ficou no empate, por 3 a 3, com o Sport, no duelo de ida, pela terceira fase, da Copa do Brasil.

Com a direção de Antônio Carlos Zago, contratatado nesta quarta-feira, o Coxa vai tentar buscar a vaga, na próxima quarta-feira, na Ilha do Retiro, casa do Leão.

No dia 11 deste mês, o São Paulo de Rogério Ceni levou o torcedor à loucura em uma atuação pífia no empate sem gols contra o Ituano no estádio do Morumbi. Agora, sob o comando de Dorival Júnior, os times voltam a se enfrentar na próxima terça-feira.

A situação dos colegas também começou a ficar insustentável pelos erros cometidos nesta competição. Lázaro foi o pior deles. Ao escalar time o misto contra o Remo, em Belém do Pará, o Corinthians perdeu por 2 a 0, no dia 12, e se complicou para o jogo da volta, marcado para a próxima quarta-feira, na Neo Química Arena.

Como gosta de aventuras perigosas, o presidente Duílio Monteiro Alves escolheu, apesar da enorme rejeição dos torcedores, o técnico Cuca para comandar a equipe. A sua estreia em casa será neste duelo decisivo da Copa do Brasil.

A semana das degolas começou após a primeira rodada do Campeonato Brasileiro, com três demissões, algo raro de acontecer.

Ao perder na estreia para o Flamengo, por 3 a 0, no Maracanã, o Coritiba completou a sexta partida sem vitória. O último triunfo foi no dia 23 de fevereiro, como visitante, quando o Coxa derrotou o Humaitá, por 3 a 0.

Nesta segunda-feira, a diretoria paranaense encerrou o ciclo do treinador português.

Pelo que apresentou o São Paulo, mesmo evoluindo da apresentação contra o Ituano, a derrota para o Botafogo, por 2 a 1, no Rio de Janeiro, sentenciou a queda de Rogério Ceni.

O ex-goleiro foi para a partida desta terça-feira, contra o Puerto Cabello, no Morumbi, sabendo que seria a sua última partida. Assim, nem a vitória, por 2 a 0, segunda consecutiva na fase de grupos da Copa Sul-Americana, evitou a demissão, confirmada nesta quarta-feira à tarde.

Poucas horas depois, Fernando Lázaro, ameaçado, viu o seu Corinthians, apesar de ser amado pelos jogadores, perder para o Argentinos Juniors, por 1 a 0, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa Libertadores.

Porém, Lázaro já vinha sofrendo bastante pressão porque o Corinthians, na estreia do Brasileirão, venceu o Cruzeiro, por 2 a 1, em Itaquera, mas a atuação deixou a torcida bastante descontente.

Contra os argentinos, a Fiel torcida, que apoiou o time durante o jogo inteiro, não suportou tamanha apatia e vaiou a todos, mas como manda a regra do futebol sobrou para o inexperiente treinador.

Nesta tarde de quinta-feira, a diretoria corintiana optou pela demissão de Lázaro, mas ele continua no clube como auxiliar de Cuca, que, repito, chega com cara de que corre o risco de ter vida curta à frente do Timão.

O que muitos comentam, e isso concordo plenamente, é que os treinadores não são os únicos culpados, mas como dirigentes, a maioria incompetentes, se perpetuam no poder e não há como mandar, por exemplo, meio elenco embora, a bomba estoura nos comandantes.

Porém, os torcedores precisam estar cientes de que, mesmo com a chegada de novos treinadores, esses três times têm objetivos modestos.

Vou ficar apenas com o Brasileirão. O Corinthians vai brigar do quarto ao décimo lugar, o São Paulo para ficar entre os dez primeiros, e o Coritiba tem que se preocupar com o rebaixamento.

Títulos nas outras competições vão depender de um tremendo esforço e uma grande dose de sorte.

Do jeito que andam rápido o processo de queda de treinadores, a impaciência dos torcedores e os dirigentes não dando respaldo aos técnicos, não duvido de que nas próximas semanas, Eduardo Coudet, que comanda o Atlético-MG, e Odair Hellmann, homem à frente do Santos, entrem nessa lista de desempregados.

É importante ressaltar a realidade, resumida nas palavras de Abel Ferreira, após a conquista do seu oitavo título à frente do Palmeiras.

"Só estou aqui porque ganho títulos. Se não ganhasse, eu estaria fora há muito tempo", disse após a goleada sobre o Água Santa, na decisão do Campeonato Paulista.

Por fim, um detalhe curioso. Desde que Abel Ferreira chegou ao Palmeiras, em novembro de 2020, Corinthians, Santos e São Paulo somam 13 técnicos trocados e apenas um título, o Paulistão de 2021, quando o Tricolor, então sob as ordens do argentino Hernán Crespo, venceu o português na final.


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Comentários (6)
21/04/2023 23:54:46 Valdir Dih10

Esse é o reflexo de nosso futebol, falo isso do meu time, pois é o que está acontecendo.

21/04/2023 11:14:25 Antonio MAGALHÃES

concordo em gênero, número e grau.

20/04/2023 20:09:08 Antônio Guimarães

meu quando que notícias das Gay-votas e de outros adversários nos interessa.

20/04/2023 19:38:52 PAULO PORTELLA

Dirigentes dos outros times não sei, mas essa turminha que tomou conta do São Paulo há anos, são prá lá de incompetentes e omissos, estão fazendo muita questão de acabar com o futebol do SPFC.

ouro
20/04/2023 19:32:04 1983SPFC

Obrigado, Crespo. Se não fosse vc, a situação séria ainda pior.

20/04/2023 18:35:46 KERBEROS

Perfeito, as torcidas (junto com os dirigentes) de fato vão destruir o clube, justamente por que são simplistas, imediatistas e fazem sempre a mesma coisa esperando resultados diferentes.

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