O torcedor do São Paulo que viu apenas o primeiro tempo da derrota para o Corinthians por 2 a 1 no último domingo, no Morumbi, pela quinta rodada do Paulistão, tem motivos de sobra para se preocupar. Já aquele que ligou a televisão na etapa final pode ter achado que o tropeço foi apenas uma fatalidade.
Mas o são-paulino que acompanhou o Majestoso todo tem uma certeza: falta poder de decisão ao Tricolor. Esse é um problema que tem assombrado o São Paulo nos últimos anos. Especialmente em jogos maiores, como clássicos, ou contra times mais fortes.
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Pode até parecer injusto falar disso depois de uma goleada de 4 a 1 sobre a Portuguesa, mas diante do rival alvinegro, um time assim como o Tricolor em formação na temporada, as decisões equivocadas, os erros individuais e os vacilos diante do gol inevitavelmente levam ao torcedor más lembranças.
Se essa bola tivesse entrado...
Naturalmente, por jogar em casa, o São Paulo tomou a iniciativa da partida. Controlou os primeiros minutos com bom toque de bola e saiu na cara do gol de Cássio aos cinco minutos de jogos.
Rodrigo Nestor recebeu lindo passe de Méndez, mas não tomou a melhor decisão. Chutou errado, sem força, diante de um dos melhores goleiros do país.
Em clássicos, desperdiçar chances como essa pode ser fatal. E foi...
Vacilos x qualidade individual
O Corinthians marcou seus dois gols na partida ainda no primeiro tempo. Duas vezes com Adson, uma aos 18 e outra aos 33 minutos. Em ambos os lances, uma semelhança: erro individual de um jogador do São Paulo em jogadas com assinatura de talentos do rival.
No primeiro gol, Renato Augusto, um craque, achou espaço entre a marcação do Tricolor para servir Fagner na lateral direita. Ele cruzou e encontrou Adson. O toque do camisa 8 do Corinthians no início da jogada desmontou a defesa do São Paulo. E David, na marcação de Fagner, falhou na cobertura.
Depois, no lance do segundo gol corintiano, Alan Franco perdeu a disputa individual com Róger Guedes. E o atacante do Corinthians, habilidoso, deixou o argentino para trás, reclamando, e deu assistência para mais um gol de Adson.
No São Paulo, naquele momento, não havia em campo um jogador com capacidade individual de fazer a diferença. O coletivo do Tricolor dá mostras de que pode render bons frutos na temporada, mas ainda faltam jogadores que possam fazer a diferença.
Luciano é de jogo grande
O atacante, por estratégia de Rogério Ceni, começou no banco de reservas. Entrou no segundo tempo, com o time já perdendo por 2 a 0, mas foi rapidamente ao posto de melhor em campo pelo Tricolor.
Além de ter feito o gol do São Paulo na partida, em lance de oportunidade, teve a chance de empatar nos acréscimos, em bola que assustou ao goleiro Cássio.
Luciano é jogador de jogo grande, de clássico, que dá sangue e ritmo em momentos difíceis. No último domingo, ele salvou o Tricolor de deixar a péssima impressão da primeira etapa.
Pontos positivos
Jhegson Méndez, pedido de Rogério Ceni para reforçar o meio de campo do São Paulo, foi, ao lado de Luciano, um dos melhores do São Paulo na partida.
Além de ter dado passe importante para Rodrigo Nestor desperdiçar a melhor chance do Tricolor no primeiro tempo, ele acertou a trave de Cássio em chute de fora da área na segunda etapa. Seria um golaço do volante equatoriano. Não deve mais sair do time.
Outro reforço para 2023, Caio Paulista entrou no segundo tempo no lugar de Orejuela. O lateral-direito fez uma partida horrível, mas é importante lembrar que ele só jogou porque Igor Vinicius e Rafinha estão fora por problemas médicos, e Ceni não tinha outra opção.
Mas o que chamou a atenção é que Caio Paulista, atacante que também joga como lateral-esquerdo, foi bem na lateral direita. Entrou na fogueira e deu conta do recado, criando boas oportunidades.
Próximos passos
Ainda líder do Grupo B, com oito pontos, o São Paulo volta a campo no próximo domingo, às 16h, contra o Santo André, no estádio Bruno José Daniel, pela sexta rodada do Campeonato Paulista.
Até agora, o São Paulo tem duas vitórias (Ferroviária e Portuguesa), dois empates (Ituano e Palmeiras) e uma derrota (Corinthians) na temporada.
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