Miranda levanta o troféu de campeão paulista pelo São Paulo — Foto: Marcos Ribolli


Ídolo do São Paulo e ex-capitão da seleção brasileira, o zagueiro Miranda anunciou nesta quarta-feira (11) sua aposentadoria do futebol. Aos 38 anos, ele estava sem clube desde que deixou o time do Morumbi em novembro, antes do início da Copa do Mundo do Catar.



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“Estou aqui para contar para vocês que chegou o momento de dizer adeus. Se o futebol fosse uma pessoa, depois de tudo que vivi, diria que foi emocionante, que vivemos uma coisa inexplicável, mas chegou o momento de ser o João Miranda”, disse o agora ex-jogador, em suas redes sociais. “Eu como seguidor do futebol vou continuar apaixonado, mas de uma forma diferente, como torcedor.”

Miranda agradeceu aos torcedores dos clubes que defendeu, especialmente o Coritiba e o São Paulo, onde se tornou ídolo. “Todos aqueles que torceram, em especial o Coritiba, onde comecei, todos os torcedores do Sochaux, aos torcedores são-paulinos, quero apenas dizer muito obrigado por todas as emoções que vivemos e compartilhamos juntos. Pelo Atlético, quero agradecer por todas as oportunidades que vocês me deram”, afirmou, antes de listar os demais clubes que defendeu na carreira, como o Atlético de Madrid e a Inter de Milão.

Miranda, que é da Paranavaí, no Paraná, foi formado pelo Coritiba, onde estreou aos 19 anos. Após 88 jogos, foi contratado pelo Sochaux, da França, mas voltou ao Brasil em 2006 para atuar no São Paulo, onde se transformou num dos jogadores mais icônicos do século.

Relembre a trajetória e veja lances do ídolo pelo Tricolor:

Após um período vitorioso pelo Coritiba, Miranda foi anunciado em 26 de agosto de 2006, e, no mesmo ano, o São Paulo conquistou o Campeonato Brasileiro. Já em 2007, ao lado dos zagueiros Breno e Alex Silva, formou uma sólida defesa que foi vazada apenas 18 vezes em 38 partidas no Brasileirão, conquistando assim, o bicampeonato com a defesa menos vazada do torneio.

No ano seguinte, no segundo turno do Campeonato Brasileiro, o ídolo formou ao lado dos zagueiros Rodrigo e André Dias um espetacular trio defensivo que ficou os últimos 18 jogos do campeonato invicto, conquistando o inédito tricampeonato brasileiro.

Em 2011, Miranda deixou o Soberano rumo à Europa, onde defendeu primeiro o Atlético de Madrid, até 2016, com cinco taças, um Espanhol e uma Liga Europa entre eles, e depois se transferiu para a Inter de Milão, onde atuou até 2019.

Antes de voltar ao Tricolor, em 2021, esteve na China, no Jiangsu Suning. No retorno ao Morumbi e com a camisa 22, já veterano, ainda ajudou o time a encerrar um jejum de mais de oito anos sem títulos com a conquista do Paulistão. O zagueiro também interessava ao Coritiba, que desistiu das negociações após ouvir do jogador que priorizava um clube que disputasse a Copa Libertadores.

Miranda fez seu primeiro gol no seu retorno em maio, no empate por 2 a 2 contra o Corinthians, no Clássico Majestoso válido pela 10º rodada do Campeonato Paulista. O defensor subiu e marcou de cabeça, após escanteio cobrado por Igor Gomes. Ao fim do Paulistão, além do título, Miranda foi selecionado para o time da competição.

Ele fez o seu jogo de número 300 com a camisa do São Paulo no dia 7 de novembro de 2021, contra o Fortaleza. Nesse jogo, entrou para a lista de jogadores são-paulinos com mais atuações pelo clube no século, ao lado de Reinaldo, Hernanes, Luís Fabiano e Rogério Ceni.

No entanto, na última temporada, Miranda perdeu a titularidade e espaço no elenco com Rogério Ceni, entrando em poucos jogos, vendo o jovem Diego Costa se destacando na zaga tricolor. Em 10 de novembro, anunciou sua saída do clube. Neste retorno ao clube, o zagueiro fez 82 partidas, com 36 vitórias, 27 empates e 19 derrotas.

No total, Miranda atuou em 342 partidas pelo Tricolor, com 184 vitórias, 87 empates e 71 derrotas. Foi autor de 12 gols, o último deles contra o Ayacucho, do Peru, na última edição da Sul-Americana. Individualmente, ainda cabe destacar, ele esteve em quatro seleções do Brasileirão (2007 a 2010) e três do Paulistão (2008, 2010 e 2021).

Pela seleção brasileira, participou das conquistas da Copa das Confederações de 2009 e da Copa América de 2019 e foi um dos capitães da equipe nacional na Copa do Mundo de 2018, disputada na Rússia.

“Não mudaria nenhuma vírgula porque tudo o que fiz e que conquistei foi de uma maneira honrosa e digna. Hoje posso parar com a cabeça tranquila, posso deitar no travesseiro porque aquele super-herói ficou para a história”, declarou o zagueiro.

Relembre lances e momentos históricos de Miranda pelo SPFC:









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