Mais uma (ou duas) vez, a história se repete no São Paulo. Igor Gomes e Luizão estão prestes a deixar o clube de graça. Nos últimos anos, cabe lembrar que o clube do Morumbi foi pivô de casos de jogadores, principalmente provindos da própria base, em fim de contrato que ou saíram de graça, ou foram vendidos por muito pouco.
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O zagueiro Luizão tinha contrato somente até janeiro de 2023 e poderia deixar o clube de graça ao fim do vínculo. Por isso, o Tricolor aceitou liberá-lo antecipadamente ao West Ham em troca de 15% de seus direitos econômicos para lucrar em caso de uma venda futura. Tal porcentagem foi uma forma de 'diminuir o prejuízo' do clube.
Com Igor Gomes, não é diferente. O meia tem contrato somente até março de 2023 e está perto de ser anunciado como novo reforço do Atlético Mineiro. Já há um movimento parecido nos bastidores para que todas as partes se beneficiem, onde o Soberano ficaria com uma porcentagem dos direitos econômicos do jogador, e o Galo poderia contar com ele prontamente, assim como Luizão.
Meses antes, por causa do interesse dos clubes ingleses, Luizão já não cogitava mais renovar seu contrato com o São Paulo e já dava como certa a sua saída do clube naquela época. Na mesma via, após cinco temporadas, o meio-campista formado em Cotia também optou por não renovar após sondagens do futebol europeu.
Fato é que o São Paulo, também ciente das situações contratuais desses dois atletas, repete as decisões de bancar jogadores no time antes mesmo de acertar a renovação com eles e até utilizar aqueles que estão em fim de contrato e sinalizam que não estenderam seus vínculos, algo que gera bastante debate por parte da torcida por essa atitude no Morumbi.
Em outubro, em jogo atrasado da 29ª rodada do Campeonato Brasileiro, Rogério Ceni, em entrevista coletiva, foi questionado sobre as especulações envolvendo as saídas de jovens jogadores do elenco - na ocasião, Pablo Maia, Luizão e Igor Gomes -, que continuavam jogando pela equipe mesmo em reta final de contrato e com futuro indefinido.
"Encaro (as saídas) como uma coisa normal. Lamento a forma que saem. Era para o clube faturar um bom dinheiro com esses jogadores. O conceito de aproveitar Cotia é gerar receita para os momentos mais difíceis. O que mais lamentamos é um jogador jovem como Luizão, com contrato finalizando em janeiro, saindo livre.", disse.
"O Igor, com contrato acabando em março, podendo sair livre. Lamentamos, porque é através dessa geração de recurso que se consegue montar novos times, contratações, pagar dívidas. É baseado nisso que se investe quase R$ 30 milhões por ano em Cotia", complementou o treinador.
Relembre, abaixo, os casos de Cipriano e Éder Militão, que saíram do SPFC na mesma situação:
• Marquinhos Cipriano
Em 2018, o atacante rescindiu o contrato com o São Paulo e se juntou imediatamente ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. O jogador já tinha assinado um pré-contrato com o clube ucraniano e sairia de graça, mas foi liberado antes por meio de uma compensação financeira. O valor especulado no Tricolor foi de um milhão de euros (R$ 4,5 milhões na cotação da época).
– Foi um dos piores momentos que passei. Fiquei meses sem fazer absolutamente nada, só treinando com o sub-19 em Cotia. Entraram nas minhas redes sociais falando que eu era mercenário, ingrato, mas não tem nada a ver com isso – relembrou Cipriano, à Central do ge.
• Éder Militão
Hoje no Real Madrid, o defensor foi vendido em 2019 ao Porto por 7 milhões de euros, sendo que 4 milhões ficaram com o São Paulo e 3 milhões para o estafe do atleta. O valor do Tricolor foi parcelado. Militão ainda renovou o contrato com o SPFC por mais seis meses, para não deixar o clube sem lucrar.
Em 2019, Militão foi vendido pelo Porto ao Real Madrid, da Espanha. A transação girou em torno de 50 milhões de euros (R$ 215 milhões na cotação da época). O São Paulo, por ser o clube formador e ter 10% de uma futura venda, recebeu 5,7 milhões de euros (R$ 25 milhões).
Além deles, também nesse ano, Toró, Marquinhos e Vitinho - todos revelados na base tricolor - deixaram o Morumbi de graça ou por um valor abaixo do que era esperado. Dessa maneira, cabe a reflexão: o São Paulo está sendo profissional em "aproveitar" o futebol de jogadores nessa situação ou muito ingênuo em acreditar que haverá uma renovação? O que acha, torcedor?
São Paulo, Joias, Base, Saídas, Diretoria, SPFC
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