Ricardo Gomes acertou com um São Paulo prestigiado pelo inédito tricampeonato brasileiro consecutivo, mas encontrou o clube em situação ruim: é o 16º colocado com sete pontos, fora da zona de rebaixamento apenas por ter saldo de gols superior ao do Avaí (0 contra -2). Posição que faz o ex-zagueiro deixar de lado até mesmo a expectativa de ter sucesso em uma de suas maiores chances como técnico.

"Não penso no meu trabalho como treinador, só no clube. Minha preocupação hoje é recuperar o São Paulo em termos de classificação. No fim do campeonato, se o trabalho não for bom, não fico. E vamos ter certeza se sou bom ou mau treinador. Mas não me preocupo com isso hoje, quem sabe daqui a dez anos?", argumentou o novo comandante.

Em 13 anos como treinador, o agora chefe tricolor passou por Sport Recife, Vitória, Guarani, Coritiba, Juventude, Fluminense, Flamengo e seleção brasileira pré-olímpica, além de Paris Saint-Germain, Bordeaux e Monaco, na França. Seus títulos, porém, são escassos: uma Copa do Nordeste, uma Copa da França, um Torneio dos Campeões da França e duas Copas da Liga Francesa.

Ricardo, contudo, insiste em ignorar seu currículo e sonha até em recuperação do São Paulo parecida com a de 2008, quando o time buscou o título ao ficar sem perder os últimos 18 jogos. A prioridade agora, no entanto, é deixar a equipe próxima das quatro primeiras colocações até a 13ª rodada - após sete partidas, a distância para o G-4 é de cinco pontos.

"No fim do primeiro turno, o clube pode ter condições de visar a Libertadores. Se isso acontecer, quem sabe tenha alguma coisa no fim do campeonato? Mas hoje o objetivo é melhorar. É um clube ambicioso e o importante é buscar pontos, melhorar esta classificação no primeiro terço do campeonato", projetou, confiante de que vai ter sucesso até em minimizar as consequências pela recente queda na Libertadores.

"O São Paulo é um tricampeão brasileiro que está mal colocado e sofreu uma eliminação de uma competição importante na qual já foi vencedor várias vezes. Tem tudo isso para ser administrado. Se fosse outro clube, seria uma tarefa impossível. Sendo o São Paulo, um grande clube, vai ser difícil, mas vamos sair dessa", garantiu o substituto de Muricy Ramalho.