O clássico acontece no momento mais delicado do Alvinegro nesta temporada. Com muito trabalho em um time que beira a zona de rebaixamento, o técnico Fábio Carille optou por remendar algumas posições. E algumas das soluções encontradas não foram nada ortodoxas. No meio-campo, por exemplo, deu a vaga de armador a Vinícius Zanocelo, um jovem de 20 anos e recém-contratado junto à Ferroviária. Até então, ele só foi titular uma vez.
O quebra-cabeça de Carille trabalhou com alguns improvisos. O próprio Zanocelo é volante de origem, mas, ao entrar no lugar de Jean Mota, terá a função de encostar no ataque no clássico desta quinta. Outros atletas que estão fora de posição de origem são o atacante Marcos Guilherme, que atuará como ala direito, e o volante Vinícius Balieiro, atuando no lado direito da zaga. Para se ter uma ideia do remendo utilizado por Carille para escalar o Santos, apenas quatro jogadores para o jogo no Morumbi entraram como titulares para enfrentar o San Lorenzo, na Argentina, em mata-mata da pré-Libertadores, no início de abril.
Na ocasião, o time dirigido por Ariel Holan disputava seu primeiro grande confronto de 2021. Balieiro atuou em sua posição original, enquanto o goleiro João Paulo, o lateral esquerdo Felipe Jonatan e o atacante Marinho completam a lista dos que fizeram parte da primeira "decisão" do Peixe. Daquele time de abril, já deixaram o clube Luan Peres, Alison, Soteldo e Kaio Jorge. O centroavante, que não aceitou renovar contrato e se transferiu para a Juventus-ITA provocando a ira dos torcedores, não atuou no começo da temporada por causa de uma lesão muscular.
As outras novidades do time nesta quinta apareceram no elenco do Peixe no decorrer da temporada. Camacho chegou em abril do Corinthians a pedido do então técnico Fernando Diniz. O zagueiro Wagner Leonardo, que estava emprestado ao Náutico, voltou à Vila Belmiro por causa da escassez de beques. Léo Baptistão e Emiliano Velázquez vieram do exterior e ainda estão em seu início de trajetória no Santos, enquanto Carlos Sánchez não atuou nos primeiros meses por estar em recuperação de uma cirurgia no joelho.
Até mesmo o time idealizado por Fernando Diniz, que deixou o comando do Peixe há cerca de um mês, já sofreu com os remendos atuais. Da equipe que disputou todo o primeiro turno do Brasileirão, não estarão em campo no começo do clássico os zagueiros Luiz Felipe e Kaiky e o lateral Madson (contundidos) e os meias Jean Mota e Gabriel Pirani (questões técnicas).
Todos esses problemas, contudo, precisam ser deixados para trás para o Santos buscar a recuperação em um momento nada favorável e com agenda complicada. Depois de encarar o São Paulo, o Peixe terá confronto direto com o Grêmio, domingo (9), na Vila Belmiro, na disputa contra a zona de rebaixamento. Além disso, o Alvinegro não vence há dez partidas, sendo oito delas pelo Brasileiro. As atuações recentes do Peixe também não trazem animação. Desde que Carille assumiu o comando, o time perdeu duas vezes e empatou duas sem marcar nenhum gol. Em seu último compromisso, foi derrotado por 3 a 0 pelo Juventude, em Caxias do Sul (RS).
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