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CBF mostra que não sabe o que é palavra, coerência nem isonomia

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF (Imagem: Lucas Figueiredo/CBF)

Na última convocação de Tite, foram chamados cinco jogadores que atuavam no país e desfalcariam seus times no Brasileiro. A CBF era alvo, de novo, de críticas pelo conflito de datas que impacta metade da Série A. Mas, desta vez, a entidade tinha uma solução nas palavras do seu coordenador de seleções, Juninho Paulista:



"Já conversamos com o Manoel Flores que é o diretor de competições que pediu para deixar o recado: que hoje mesmo será feito um ajuste no calendário para que se evite os conflitos com os clubes brasileiros que tiveram jogadores convocados", disse ele.

A ideia era estender o Brasileiro por dezembro para permitir que os clubes não fossem decalcados em cinco jogos em datas-Fifa. Sim, nas rodadas decisivas da Série A, times ficarão sem seus titulares em cinco partidas. Neste período de agora, são Flamengo, Internacional, Palmeiras e Atlético-MG.

Mas os dias foram passando e a nova tabela não saía. Surgiram pressões para não adiar os jogos. Primeiro, foi o sindicato de jogadores. Depois, foram os capitães dos times. Depois, foram os próprios clubes, como Atlético-MG, Corinthians, Red Bull. Dirigentes da própria CBF também remavam contra, especialmente os de Minas Gerais e São Paulo.

O Flamengo era o único que insistia no adiamento pois perde quase toda a sua linha de ataque, Everton Ribeiro, Gabigol e Arrascaeta, fora o lateral Isla. O clube confiava em uma promessa feita pelo presidente interino, Ednaldo Rodrigues, para o dirigente rubro-negro, Rodolfo Landim, em uma reunião.

Era papo furado. As declarações de Juninho e a promessa de Ednaldo não valiam nada.

Também deixou de fazer qualquer sentido os adiamentos anteriores feitos pela CBF em datas-Fifa. Houve adiamento de jogos de times com convocados quando a seleção jogou em setembro pelas eliminatórias porque se reconhecia o desequilíbrio que causavam ao campeonato. Também houve adiamento de partidas do Flamengo a pedido do clube por conflito. Mas a incoerência impera.

É também a mesma CBF que, juntamente com 17 clubes, entrou com uma ação no STJD para impedir o Flamengo de ser o único clube a jogar com público. A alegação é que isso iria ferir a isonomia da competição porque um time levaria vantagem ao ter torcida. Ressalte-se, ali, a CBF tinha razão porque estava previsto em um anexo de regulamento que só haveria público quando todos pudessem jogar.

Mas a isonomia da CBF só vale para a arquibancada. Quando se trata do campo, não vê nenhum problema em desfalcar equipes por rodadas e rodadas. Um torcedor tem mais peso do que um centroavante na visão de futebol da confederação.



Oficialmente, a CBF alega que não pode adiar os jogos por causa de um acordo com o sindicato de jogadores que impedia o Brasileiro de ir além do meio de dezembro. Mas este acordo é de agosto de 2020. Ou seja, a CBF sabia muito bem do acordo quando anunciou que adiaria os jogos. Ou será que a entidade esqueceu de um acordo tão relevante? Em sua nota, a entidade diz que, após estudos, constatou-se a impossibilidade de ajustes na tabela.

Essa explicação, no final das contas, é irrelevante. A palavra da CBF não vale um vintém, como diriam os antigos.

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Comentários (1)
02/10/2021 09:37:14 Brunoeng

O São Paulo não terá nenhum jogador convocado, então não me importo em adiar ou não. Não mudará nada para o São Paulo, e o clube tem problemas maiores para resolver.

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