O jornalista afirma que há uma influência do perfil de comportamento dos dois treinadores, cita o esforço de Crespo para aprender o português como um ponto a favor dele, enquanto pelo lado de Abel Ferreira pesa contra as suas reclamações, os cartões amarelos e algumas declarações.
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"Como o trabalho de um treinador é um trabalho tático, técnico, estratégico e também de relacionamento, inclusive interno e também externo, o Crespo é mais bem quisto do que o Abel porque ele trabalha melhor as relações externas. Ele tenta aprender português, ele é simpático, ele não reclama do juiz, ele não xinga, ele não faz antijogo, ele responde as coisas, ele não toma cartão, ele não é suspenso, então, no pacote de análise do Abel, está tudo isso que o Crespo não tem, irritadiço, reclamão, mal-educado muitas vezes, soberbo, colonizador, tem um monte de coisas, que aí misturam quando a gente vai analisar o trabalho dos dois", diz Arnaldo.
"Tem uma coisa da comunicação, da língua, que também tem os seus detalhes, o português do Abel e o português falado no Brasil e o português, como era o do Jorge Jesus, é uma comunicação mais direta, mais franca, então tem a coisa do estranhamento também, mas o que eu acho é que sobretudo o comportamento dele durante as partidas, que tem sido mais ameno, é verdade, nos últimos tempos, é um comportamento condenável", completa.
Na opinião de Arnaldo, Crespo consegue agradar aos torcedores que não necessariamente torcem pelo São Paulo, enquanto Abel Ferreira é vencedor e agrada muito ao palmeirense, mas não consegue ser querido pelos adeptos de outros clubes.
"Ele faz com o Palmeiras, talvez não o time dos sonhos, mas um dos times mais competitivos do Brasil, senão o mais competitivo do Brasil há algum tempo. É o campeão da Libertadores, é o campeão da Copa do Brasil, é o líder do Brasileiro, melhor campanha da Libertadores, então quase incontestáveis. O elenco do Palmeiras é melhor que o do São Paulo? É. Ele tem mais condições de fazer coisas que o Crespo? Tem. Mas o Crespo também não tem o que reclamar, o São Paulo tinha já um bom time, investiu e vai continuar investindo", diz Arnaldo.
"O Crespo é um daqueles caras capazes de seduzir e cativar outros torcedores ou outros apaixonados por futebol que não os são-paulinos, o Abel não e o Abel já falou essa frase 'somos nós contra a rapa'. É o discurso meio bélico e assim que é, então o Abel e ótimo para o consumo interno do palmeirense, mas é só para o consumo interno do palmeirense. O Crespo talvez não, seja uma figura um pouco mais suave, pelo menos por enquanto", conclui.
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