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Rogério Ceni detalha show contra o Tigres, mas admite: 'Saí frustrado, chateado e não dormi'

O São Paulo celebrará no próximo dia 14 de julho, 15 anos de seu tricampeonato da Libertadores da América. E a caminhada até o título teve vários embates duríssimos, com histórias para lá de fortes, cada uma com suas particularidades. Como a de Rogério Ceni contra o Tigres no jogo de ida das quartas de final, em que o goleiro deu espetáculo e foi o protagonista, mas ainda assim saiu "frustrado" e "chateado".

Como assim?



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Naquela noite de 1º de junho de 2005 - e com público pagante de quase 43 mil torcedores no Morumbi -, o então goleiro talvez tenha perdido a sua melhor chance de anotar um hat-trick (três gols na mesma partida) na carreira. Em entrevista para o site ESPN.com.br, o ídolo tricolor falou sobre o assunto, afinal, ninguém melhor que ele mesmo para detalhar.

"E aí vem a parte mais delicada da história. Era para ser uma noite (feliz), foi uma noite feliz, mas era para ser uma noite completa..."

Aos 29 minutos, Grafite tentou receber passe de costas para o gol e acabou derrubado. A distância para a meta de Gustavo Campagnuolo era de quase 30 metros, mas mesmo assim a torcida pediu em coro que Rogério batesse.

"Será que é o Rogério Ceni? Tá meio longe pra ele", disse Galvão Bueno, que narrou o confronto pela TV Globo.

Rogério bateu com maestria por cima da barreira de cinco homens, no canto esquerdo do arqueiro argentino. Golaço!



Ceni explicou aquele momento: "Foi uma noite que, pra mim, foi extremamente especial, é claro, pela vitória, um jogo que começou truncado e uma falta em uma distância maior do que as que normalmente eu batia, já encaminhando para a última parte do primeiro tempo. E eu pude fazer aquele gol de falta que eu acho que deu confiança."

Deu mesmo. "Logo depois, o Luizão faz aquele gol em uma bola cruzada", completou. Eram 39 minutos quando Renan e Mineiro fizeram blitz no meio-campo, tomaram fácil a bola e o segundo lançou Grafite, que dominou e enfiou para Cicinho, como uma bala, entrar com tudo pela direita e cruzar rasteiro para o atacante, já dentro da pequena área, apenas empurrar para as redes.

O São Paulo foi para o vestiário, então, tendo superado os sustos mexicanos, com 2 a 0 no placar e a torcida em êxtase.

O show tricolor, e de Rogério, continuou no segundo tempo. Logo aos 10, o zagueiro Da Silva vacilou na frente de Luizão, que lhe tomou a bola e ia para o gol quando foi puxado pouco antes da meia-lua. Falta e cartão vermelho.

Campagnuolo levou a mão direita à cabeça. Não se sabe se pela expulsão ou porque se já imaginava que Ceni viria para a cobrança. E ele tinha motivos de sobra para se preocupar.

"Quando volta para o segundo tempo, tem aquela outra oportunidade. Eu já havia jogado contra o Campagnuolo uma Copa Mercosul, não lembro exatamente o ano [foi em 1999], contra o San Lorenzo, e eu tinha feito um gol de falta nele [o segundo da goleada por 4 a 1]", recordou Rogério Ceni.

Rogério bateu de novo com perfeição, outra vez por cima de uma barreira com cinco atletas, mas desta vez mudando o canto, o direito do argentino, sua vítima. Bom, melhor Ceni mesmo explicar.

"Naquela noite, eu tive a oportunidade de, na outra falta, puxar do lado contrário a bola, eu já tinha batido por cima da barreira e na minha cabeça, pensando logicamente como goleiro adversário, eu não poderia tomar novamente o gol naquele canto, então, eu usei aí o pensamento dele, goleiro, como se eu tivesse lá embaixo das traves."

"E foi aonde eu puxo a bola ao contrário, dá o efeito da bola saindo pro canto dele, ele dá um pequeno passo para a esquerda e é o suficiente, a bola entra na lateral da rede e é o suficiente para que a gente faça o terceiro gol, o Souza faz o quarto", detalhou o hoje técnico do Fortaleza.

Era o 22º gol do São Paulo e o quarto de Ceni naquela Libertadores até ali (o 44º de seus 131 na carreira), já que ele faria mais um contra o River Plate na ida da semifinal e acabaria com cinco, sendo o artilheiro do time na disputa ao lado de Luizão. Fechou 2005 com 21 (11 de falta e dez de pênalti), o ano mais goleador de sua trajetória.

Aos 15, Júnior fez lançamento magistral para Souza, que entrou por trás da zaga, matou no peito e tocou na saída de Campagnuolo - 4 a 0, Morumbi ensandecido e uma mão e meia na vaga para a semifinal. Mas dava para ficar ainda melhor.

Dava, mas não aconteceu. Aos 23, Souza tocou para Tardelli, que dentro da área driblou lindamente o zagueiro rival e foi derrubado. Pênalti! Rogério Ceni era o cobrador, chance do 5 a 0 escancarada e de um feito que seria inédito e acabaria por ser único na trajetória do goleiro: fazer três gols em um mesmo duelo.

"E aí vem a parte mais delicada da história. Era para ser uma noite [feliz], foi uma noite feliz, mas era para ser uma noite completa, não pelo fato de ficar na história por marcar três gols em um jogo, mas perder um pênalti é sempre decepcionante. Então, eu bato [aos 24 minutos] com convicção e confiança o pênalti, eu já tinha na minha cabeça canto direito e bola no alto. E ela sai, apesar de ela sair longe de distância, ela sai muito próxima da trave, sai cinco, dez centímetros de altura por cima do travessão", detalhou o capitão tricolor.

"E eu acabo, de uma noite logicamente comemorando em paz, muito mais ao final do jogo frustrado por aquele pênalti, por não ter conseguido convertê-lo."

"Mas um jogo sem dúvida especial, dois gols de falta em uma mesma ocasião, algo único, histórico, e dois gols bonitos de falta. Uma pena não ter saído de maneira inteira, completa com o terceiro... com o 5 a 0 que daria mais segurança ainda na classificação e com esse ponto na história de ter feito três gols em uma mesma partida", seguiu o ex-goleiro, contando tudo que sentiu naquelas noite e madrugada.

"Naquela noite, eu fiquei sem dormir um bom tempo, não comemorando os dois gols que fiz, mas, sim, lamentando o pênalti perdido... Mas de qualquer maneira, hoje, passados os anos, passado tanto tempo, foi um feito fantástico, uma coisa que hoje eu não sairia chateado do estádio", relembrou e refletiu o hoje jogador aposentado, 15 anos mais velho (tem 47) e experiente e trilhando carreira como treinador desde 2017.





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São Paulo, rogério ceni, libertadores, 2005, tigres

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Comentários (1)
20/06/2020 09:23:03 davi marcovitch

Ultimo título ....que fase .....

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