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Washington: "Jogar no São Paulo é um prêmio para a minha carreira"

Centroavante fala sobre a oportunidade de defender o clube tricolor, sobre seleção brasileira, o problema de saúde que teve, a relação com os fãs japoneses e outros assuntos
SÃO PAULO - Confira a entrevista exclusiva que Washington concedeu ao Pelé.Net no último sábado, véspera da partida contra o Marília. O atleta de 33 anos estava concentrado no CCT da Barra Funda e atendeu a reportagem.
Pelé.Net - Como você avalia o seu início pelo São Paulo? Essa é a maior oportunidade da sua carreira?
Washington - Estou muito feliz de estar aqui. O começo de ano está sendo maravilhoso e quero continuar assim até o final. Como falei na minha chegada, vejo a chance de jogar no São Paulo como um prêmio pelo que fiz em toda minha carreira e pelo que passei no futebol. É o clube com a maior estrutura do Brasil, parecido com times europeus, e que ganhou muitos títulos recentemente. Quero fazer um casamento perfeito, ir bem e conquistar títulos.

Pelé.Net - Chegar a um time campeão e ganhar a vaga de titular não causa inveja nos demais jogadores?
Washington - Primeiro que não é fácil. É difícil até para quem estava jogando. Mas eles entendem, são cabeça boa, e me receberam bem, por isso estamos com uma arrancada boa. Não existe nenhuma problema de relacionamento. Já vivi isso na minha carreira, não adianta falara que não tem isso no futebol porque tem, sim. Mas aqui no São Paulo o ambiente é muito bom.

Pelé.Net - E o relacionamento com o Dagoberto, jogador que perdeu a vaga após a sua contratação?
Washington - São estilos diferentes, e é questão de oportunidade. Mas a gente se dá muito bem, temos uma amizade desde os tempos de Atlético-PR, quando fizemos uma dupla muito boa. Claro que ele deve ter ficado chateado, mas isso é normal e não afeta roda de campo.

Pelé.Net - Nesses primeiros meses morando na cidade de São Paulo, sentiu muita diferença em relação ao Rio de Janeiro?
Washington - As duas cidades têm suas especialidades. Uma não é melhor do que a outra, acho que se equivalem, e me adaptei às duas. Gosto muito de ir a restaurantes, barzinho, e aqui em São Paulo tem muito, para todos os gostos. Estou feliz aqui. É bem diferente do Rio, que é calor e praia o dia inteiro. Aqui tem prédios e prédios e congestionamento. O trânsito é a maior dificuldade.

Pelé.Net - Como era a vida fora das quatro linhas no Japão e o relacionamento com os torcedores?
Washington - A maior torcida do Japão é a do Urawa, time que joguei em 2006 e 2007. São torcedores parecidos com os do Brasil, sempre te param na rua. Mas eles são educadíssimos, esperam você jantar e depois pedem licença para tirar foto. Até hoje fãs me visitam aqui no Brasil.

Pelé.Net - Pretende voltar para lá?
Washington - Minha meta era voltar ano passado para disputar o Mundial. Falei que iria voltar, e muitos torcedores iriam torcer por mim. Com certeza a torcida do Urawa seria toda do Fluminense. Foi uma decepção muito grande não ter se classificado para o Mundial. Mas deixei muitos amigos no Japão, e se eu seguir no futebol como empresário terei uma rede grande de contatos por lá.

Pelé.Net - Você é 100% apto para jogar futebol apesar do problema que teve no coração em 2003?
Washington - Um dos melhores cardiologistas do mundo cuida de mim e cita o meu caso em congressos pelo mundo inteiro. Médicos o parabenizam por isso. Fiz exames detalhados, que poucos no mundo têm. Pra falar uma linguagem mais clara, ele me vira do avesso. De seis em seis meses, passo por exames mais básicos, e uma vez por ano faço um cateterismo. Nem penso e nem tenho medo de nada.

Pelé.Net - Você acha que merecia ter disputado uma Copa do Mundo?
Washington - Não desmerecendo quem foi, mas eu merecia estar na Copa de 2002. Eu era o maior artilheiro do Brasil na época. Não sei por que não fui chamado, talvez por jogar na Ponte. Se eu tivesse feito no São Paulo o que fiz na Ponte estaria na seleção. Eu me via na Copa, mas foi uma opção do Felipão [Luiz Felipe Scolari], gosto muito dele, e ele foi campeão. Em relação à Copa de 2006, as pessoas dizem que se eu tivesse ficado no futebol brasileiro depois de bater o recorde de gols pelo Atlético-PR teria sido convocado. Mas eu não podia trocar uma estabilidade financeira para a minha família, por uma coisa que não era certa. Fui para o Japão e fiquei esquecido.

Washington celebra gol contra a seleção de Camarões pela Copa das Confederações

No Atlético-PR, foi o artilheiro do Brasileiro de 2004, mas perdeu o título para o Santos

Pelo Flu, foi o carrasco do São Paulo na Libertadores 2008, mas ficou sem o título

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