Tendo ido até à Justiça - e perdido - para fazer valer uma cláusula que afirmava ter no contrato que lhe daria o direito de ao menos igualar a proposta feita por qualquer concorrente, a empresa norte-americana não esconde a tristeza pelo fim da parceria com a agremiação inglesa. Mas, agora, dá a questão como superada.
"Bom, obrigado, tua pergunta é boa por me dar a oportunidade de esclarecer isso. Óbvio que a gente ficou frustrado, era uma parceria de muito tempo com o Liverpool, mas, enfim, são coisas que acontecem nos negócios, na vida, eles acabaram optando por outra parceria", disse em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br o general manager da companhia no Brasil, Giovani Decker.
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Liverpool e New Balance fecharam em fevereiro de 2015 um acordo de cinco temporadas, que passou a valer no meio daquele ano e tem como data final maio próximo. Antes, o time vestia Warrior, que pertence à empresa sediada em Boston (Massachusetts).
Em abril de 2019, a ESPN revelou que Reds e Nike estavam muito próximos de um acordo, com o clube tendo como um de seus objetivos ofuscar seu maior rival, o Manchester United - que usa Adidas.
Mas a New Balance, que pagou ao time inglês 45 milhões de libras (R$ 253,3 milhões na cotação atual) por ano de compromisso, decidiu, para tentar frear a rival, ir à briga, a qual tinha envolvida estrelas como o rapper Drake, a tenista Serena Williams e o astro do basquete LeBron James.
E agora, substituir com que clube?
É uma questão difícil. Primeiro, porque um acordo com qualquer clube dos vistos como gigantes da Europa envolve cifras gigantescas.
Segundo, porque o momento não mostra nenhuma destas agremiações, como Barcelona, Real Madrid, Manchester City, Bayern de Munique, entre outras, em fim de contrato com suas fornecedoras.
"Não é tão fácil substituir em um curto período de tempo. Hoje, as equipes de ponta do mundo têm contratos longos, mas, sim, a Nem Balance está em busca de uma nova equipe de ponta mundial", afirmou Decker.
Entre as principais equipes do futebol europeu, o contrato de menor duração é o da Inter de Milão com a Nike, que vai até junho de 2024. A empresa norte-americana também tem acordos vigentes com outros três gigantes: Barcelona (2028), Paris Saint-Germain (2032) e Tottenham (2033).
A companhia que tem o maior número de clientes entre os grandes do Velho Continente é a Adidas. Os contratos atuais são com Arsenal (até 2025), Manchester United (2026), Juventus (2027), Real Madrid (2028), Bayern de Munique (2030) e Chelsea (2032).
Outra concorrente do mercado é a Puma, que recentemente assinou com o Manchester City até 2029, já tinha acordo com o Borussia Dortmund até 2028 e também veste o Milan - único dos gigantes europeus que não divulga duração de contrato.
Nem Balance quer clube no Brasil em 2021
A estratégia global da New Balance também inclui vestir um grande clube do Brasil. E já no próximo ano.
"E falando de Brasil, a gente deve, sim, entrar no futebol no Brasil em 2021", revelou Decker, que não quis adiantar com quais agremiações são os contatos.
"A gente já está conversando com alguns times, que, obviamente, por estar em negociação, eu não posso comentar [quais são]", disse o general manager de 46 anos.
Diferentemente do europeu, o mercado brasileiro tem contratos mais curtos.
O Vasco, por exemplo, vestirá Diadora só até o fim do atual Campeonato Carioca, enquanto o Fluminense fica vinculado à Under Armour até julho deste ano. Santos e Atlético-MG têm contrato até o fim da atual temporada com Umbro e Le Coq, respectivamente.
A marca com mais clubes em seu cartel no país é a Adidas, com Internacional e Cruzeiro até o fim de 2022, além de Flamengo, até abril de 2023, e São Paulo, até dezembro de 2023.
Completam a lista dos chamados grandes: Botafogo, com a Kappa até o meio de 2021, Palmeiras, com a Puma até o fim de 2021, Grêmio, com a Umbro até o fim de 2024, e o Corinthians, que tem compromisso com a Nike até o fim de 2029.
Futebol como "apoio" e meta de quase R$ 30 bilhões
A reportagem conversou com Giovani Decker, ex-Olympikus, Asics e UFC, na noite da quinta-feira 30 de janeiro na Red Bull Station, no Centro de São Paulo, onde ele e a gerente de marketing, Marina Pires, apresentaram estratégias e planos da New Balance para 2020. E engana-se quem pensa que o foco global da companhia criada em 1906 é o futebol.
A mesma diz usar a modalidade e mais tênis, basquete e skate como "apoios" para o seu objetivo central, que é dominar o mercado de corrida (running), seja de rua ou não. Isto no Brasil e no restante do mundo.
Para isto, trabalha com três pilares: dominar o canal especializado (pontos de venda específicos de materiais para corridas), oferecer produtos que juntem ao máximo tecnologia e design e estar presente nos principais eventos globais, como a Maratona de Londres (uma das seis mais importantes do mundo ao lado de Boston, Chicago, Nova York, Berlim e Tóquio).
Decker revelou metas globais ousadas da empresa: atingir um faturamento de 7 bilhões de dólares (29,8 bilhões na cotação atual) e alcançar o terceiro lugar no ranking de empresas de material esportivo.
Na consolidação dos números de 2018 apresentada (ainda não se tem os de 2019 fechados), a New Balance faturou 4,1 bilhões de dólares e foi a quinta colocada.
A líder, com sobras, alcançou 36,4 bilhões, a segunda, 24,4 bilhões, a terceira posição ficou com duas rivais, cada uma com 5,2 bilhões, e a quarta com 4,6 bilhões.
No Brasil, a estratégia passa pela abertura de novas categorias (tênis, skate, basquete e futebol), investimento quatro vezes maior (valor não revelado), triplicar o tamanho da marca em quatro anos e consolidar a posição de número 1 em running.
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