(Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)



Por: Igor Souza



Do céu ao inferno múltiplas vezes, a gangorra de Nenê pelo São Paulo pode ter chegado em seu final. A paciência de alguns torcedores havia acabado, mas agora quem compartilha da mesma opinião é a diretoria; ainda que não seja a vontade do atleta evidentemente. O meio-campista de 37 anos está na nova “lista de despensa” do São Paulo – algo mais do que “normal” nos últimos anos – ao lado do volante Jucilei e o lateral-direito Bruno Peres.



Quando contratado pelo São Paulo junto ao Vasco em janeiro de 2018, Nenê não demorou para cair nas graças da torcida. A atitude de aceitar a redução salarial foi um dos pontos positivos logo no início, o meia recebia R$400.000,00 no Vasco e acordou receber R$250.000,00 no Tricolor. Além das boas atuações, Nenê era o destaque do time antes da pausa para Copa do Mundo. Até aquele momento, era o “Nenê da chapada”.

No retorno da Copa do Mundo, a primeira queda de rendimento do meia sob o comando de Diego Aguirre, com quem havia trabalhado no Al-Gharafa, do Qatar, em 2014. Nenê colecionou polêmicos e “biquinhos” quando não jogava ou era substituído, como ocorreu nos jogos contra: Athletico (saiu balançando a cabeça de forma negativa), Cruzeiro (reclamando de forma veemente no banco de reservas) e no clássico contra o Palmeiras (substituído no intervalo e não escondeu sua insatisfação). Tudo isso em 2018.

Aguirre é demitido, André Jardine, técnico multicampeão nas categorias de base, assume o time do São Paulo e Nenê vira o queridinho do treinador. O meia atuava todos os jogos e quando era substituído, Jardine só não batia continência ao atleta para não passar mais vergonha do que já passava. Talvez tudo isso por conta que o treinador recém promovido via a força do Nenê no vestiário, todos sabiam de quem era o vestiário do São Paulo Futebol Clube naquele momento. André Jardine “morreu” abraçado ao Nenê (fundamental naquela época para o treinador).

Após mais uma queda no comando do São Paulo, Mancini assume o time depois da pífia eliminação para o Talleres-ARG. Os meninos de Cotia começam aparecer de forma clara no time do São Paulo, que chega até a final do Paulistão sem a participação fundamental do Nenê. Mais um momento de gangorra do meia.

Com a chegada do Cuca, Nenê apareceu nos dois primeiros jogos sob comando do treinador no Campeonato Paulista: segundo jogo da semifinal do Paulistão e primeiro jogo da final contra o Corinthians. Nenê começava a aparecer novamente no time. No brasileirão, Nenê atuou 2 vezes (inclusive na última partida do São Paulo antes da pausa, contra o Atlético-MG, dando uma assistência), mas Cuca parecia contar com o atleta em seu elenco. A notícia de que Nenê está na barca, de fato, me surpreendeu.

Nenê é o 10º jogador mais bem pago do elenco, a conta: salário + custo benefício = não tem agradado a diretoria do clube, que precisa urgentemente limpar a folha salarial para cobrir os rombos financeiros. Com a possível saída de Nenê, Bruno Peres e Jucilei, o São Paulo pode limpar R$1.100,000,00 mensais da folha salarial.



A inconstância do jogador divide opiniões entre os torcedores e acredito que a pauta é a mesma internamente. Entretanto, R$250.000 mensais para um jogador ficar no banco é muita coisa. Se de fato ocorrer a saída do meia, o São Paulo começa a reestruturar o vestiário mais um ano e ficaremos nas 4 palavras mágicas do clube na última década: reestruturação, reformulação, lista de dispensa e pacotão de reforços. Não necessariamente nesta ordem.




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