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São Paulo é um time amorfo: nem criativo nem reativo

Foto Rubens Chiri

Em Itaquera, o Corinthians precisou de apenas 6 minutos, em gol de Pedrinho, para impor uma nova derrota ao São Paulo. O Tricolor, absorvido pelo adversário bem esquematizado em seu futebol de contra-ataque, não conseguiu reagir, chegando ao gol do Timão apenas duas vezes durante toda partida. Foi o necessário para cair novamente em Itaquera e ver o tabu de nunca ter vencido no estádio adversário.



O São Paulo, atualmente, é um time amorfo: não é reativo nem criativo. Os jogadores parecem ocupar o campo como os atores que sobrem o palco na peça “Seis personagens em busca de um autor”, de Pirandello. O Tricolor parece um time sem roteiro, sem fala, sem marcação no palco e assim segue em partidas oficiais como em ensaios.



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As duas partidas do São Paulo contra o Bahia, reativo como o Corinthians, já havia demonstrado as limitações tricolores. Cuca mexeu na equipe. Colocou Igor Vinícius no lateral direita, deslocou Hudson para o meio, colocou Victor Bueno entre o meio e o ataque. Nada mudou.

As diferenças entre São Paulo e Corinthians podem ser resumidas nas seguintes questões: o retranqueiro Corinthians tem proposta definida e seus jogadores entram em campo com a noção do que representa um clássico, vide a disposição de Vagner Love, do alto de seus 35 anos, correndo como um garoto. Já o São Paulo é uma equipe que, fato recorrente em muitos elencos dos últimos anos, é um time com pouca gana.

Bem verdade que o jogo, em geral, foi horroroso de se ver, explicitando o nível baixíssimo das equipes brasileiras, em que dois gigantes, rivais históricos, praticaram algo que não pode ser definido como futebol.

A diretoria do São Paulo, que errou copiosamente na contratação e dispensa de jogadores, efetivação e demissões de técnicos, jogou muito dinheiro pelo ralo nesse processo, no entanto, mesmo assim, resolveu enfiar o pé e gastar ainda mais.

Trouxe Hernanes, Pato, Pablo, Volpi, Victor Bueno, Tchê. É evidente que ampliou o elenco, no entanto, também é evidente que está muito longe de se ver a estrutura de um time em campo.

Como se não bastasse, Cuca, efetivado depois de dois meses de espera, chegou a já pediu as contratações de, no mínimo, mais dois jogadores: um lateral e um centroavante.

Diante desses movimentos, a questão que se verticaliza é: – até quando a diretoria do São Paulo vai insistir nesse modelo de contratações e dispensas contínuas que já se demonstraram fracassadas e por muito pouco não levaram o Tricolor para a segunda divisão do Brasileiro?

A torcida vem fazendo sua parte, carregando a cruz tricolor nos últimos anos em um calvário que se renova a cada ano. O problema nunca foi estádio nem participação da torcida.

A temporada 2019 está chegando em sua metade e o São Paulo já parece estar caído em si. Quarta-feira, 29 de maio, o São Paulo partirá para Salvador, pela segunda partida contra o Bahia, na decisiva na Copa do Brasil, quando precisará reverter um placar adverso de um gol.

Considerando o futebol apresentado nas duas partidas contra o mesmo Bahia e na derrota para o Corinthians, terá forças o São Paulo para avançar na Copa do Brasil?

Análises de futebol são compostas por aproximadamente 100 conceitos e clichês que se concatenam e se organizam em formas diferentes. Dentre esses, um se aplica ao São Paulo: há um elenco, mas não há um time.

O São Paulo se especializou em desculpas e jogadas de marketing para apascentar seus torcedores. Nessa retórica vazia, até o belíssimo estádio do Morumbi tornou-se problema para explicar os fracassos acumulados em 10 anos.



Não há mais espaço para desculpas, retóricas vazias e tergiversações. Cuca é um técnico caro, que tem a responsabilidade de implantar um padrão à equipe. O elenco é caríssimo, recebe altos salários e os jogadores tem que sentir o peso do que é jogar em um gigante – ainda que combalido, a estrutura espetacular.

O que mais será necessário para apresentar um futebol minimamente digno?

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