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Muricy Ramalho diz que São Paulo parou no tempo e dispara contra dirigentes: “A gente vê os caras acabando com o clube”

Crédito: Reprodução/TV Globo

Um dos principais ídolos da história do São Paulo, principalmente por tudo o que fez como técnico do clube, como a conquista do tricampeonato brasileiro (2006, 2007 e 2008), o agora comentarista Muricy Ramalho sempre é lembrado pela torcida são-paulina e talvez por isso tenha tanta propriedade para falar quando o assunto é o time do Morumbi.



Em entrevista ao UOL Esporte, Muricy Ramalho não poupou críticas os dirigentes do clube. “A gente vê os caras acabando com o clube. Só porque ganhou muito no passado, ainda estão presos. Isso já acabou. Outros clubes estão passando por cima. [Os dirigentes do São Paulo] Pararam no tempo. O futebol está cada vez mais profissional. Não pode mais ter amadores perto do futebol“, disse o ex-técnico.



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“O São Paulo comete um erro atrás do outro. Por quê? Porque o cara fala: ‘não sou eu’. Quem é?. ‘Ah, tira o técnico’. Faz dez anos que estão tirando o técnico e não acontece nada. Parece que tá tudo certo. Eu não sei se as pessoas [os dirigentes] não saem na rua, não conversam com o torcedor, que está bravo, porra! Tá incomodado, tá sendo gozado. Será que os caras não percebem que tá errado? Eles têm que, primeiro, reconhecer que tá errado, porque senão vai continuar no erro“, acrescentou.

Muricy relembrou o episódio envolvendo o meia-atacante Nenê no final do ano passado, quando o jogador não escondeu sua insatisfação de ter ido para o banco de reservas por uma opção técnica do então técnico Diego Aguirre. Para o ex-treinador, o clube “protegeu” o camisa 10 e acabou expondo Aguirre – foi foi demitido faltando cinco rodadas para o término do Brasileirão.

“Nessa época, mesmo, do Aguirre, jogadores que não estavam jogando bem faziam toda hora carinha feia contra o treinador. Tem que tirar esse jogador e falar: ‘meu filho, vem aqui, você está fora’. Ficar chutando copinho, ficar fazendo biquinho? ‘Você é profissional aqui. Você não é pago para ser titular. Você vai ganhar no campo’. Tinha que dar força para o treinador, não para o jogador. Mas ficaram do lado do jogador, pô. O jogador se sente cômodo. O jogador se sente o dono do time. O jogador fala: ‘se eu jogar mal aqui, o cara manda o técnico embora’“, explicou.

“Às vezes, parece que o jogador é maior que o time, que o São Paulo. Pelo amor de Deus. Esse cara aqui não está jogando nada e acha que é melhor que o time, não sabe o que é a história do São Paulo, não tem ‘semancol’“, disparou o comentarista.

CRÍTICAS AO RAÍ:

Quem também não escapou das críticas de Muricy foi o ex-jogador e agora diretor executivo do São Paulo, Raí, um dos maiores ídolos da história do clube. “O que eu acho é que o Raí se perdeu um pouco no final porque ele começou a tomar decisões sozinho. A gente ouve o Ricardo Rocha falar que não foi consultado, por exemplo, no negócio do Aguirre. Para você tomar decisões desse nível, de mandar um técnico embora, tem que ser muito estudado, cara. Faltando cinco jogos“, disse o ex-treinador.

“Eu pensava: Raí, um cara jovem, um cara que trabalhou na Europa, com ideias muito boas, família ótima, um irmão sensacional, de ideais fenomenais. Aí o que aconteceu no final do campeonato com o Aguirre? Voltou a ser que nem os outros. A gente esperava mais do Raí“, completou.

SOBRE VOLTAR AO CLUBE:

— É difícil [falar em voltar]. Agora acho que não voltaria. Mais na frente, tudo bem. Gostaria, inclusive, mas desse jeito aí não volto. Estou feliz agora. Estou no meio do futebol, com a minha família e com a minha netinha. Eu fui muito intenso no que eu fiz e eu fiquei doente por causa disso. Eu me conheço. Se eu voltar em qualquer cargo, eu vou ser intenso de novo. Não dá para falar: ‘Ah, Muricy, vai lá mais ou menos’. Eu não sei ser mais ou menos.



— Se um dia acontecer, eu acho que a única função que eu tenho é ser um coordenador, mas um coordenador que tenha autoridade. Ou seja, na hora de contratar um treinador, pesquisar realmente o que o São Paulo precisa. Na hora de contratar um jogador, discutir com o treinador porque ele é o cara. Se o cara não está jogando bem, chamar o treinador: ‘treinador, seguinte, não está jogando bem. Vamos discutir por que não tá jogando bem’. E o treinador com certeza vai me respeitar porque eu tenho história para discutir com treinador.

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