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Discurso de Jardine não é traduzido em campo, e São Paulo se vê em crise

Ideias de jogo do comandante do Tricolor estão longe de serem vistas em campo. Meio de campo segue sendo o principal problema e resolução precisa acontecer até quarta

André Jardine está com a corda no pescoço no São Paulo (EDUARDO CARMIM PHOTO PREMIUM)

Efetivado no comando técnico do São Paulo em novembro do ano passado, André Jardine assumiu a equipe profissional com um discurso de jogo ofensivo, intenso, de movimentação e com apreço pela posse de bola. Internamente, as ideias do treinador eram vistas como a melhor alternativa para reconstruir a tão abalada imagem do clube, acostumado a colecionar fracassos nos últimos anos. Dentro de campo, no entanto, o trabalho do comandante não tem surtido efeito até aqui e o futebol apresentado pelo Tricolor em nada tem a ver com o projeto.



Neste início de temporada, mas, principalmente, nos dois últimos jogos contra, respectivamente, Talleres, da Argentina, e Ponte Preta, o São Paulo teve atuações ruins e em dissintonia com o discurso de seu treinador. A proposta ofensiva e organizada deu lugar ao improviso. Mesmo com nomes de peso como Hernanes e Nenê, o Tricolor demonstrou desorganização com e sem a posse da bola. Mesmo com pontas abertos e com um centroavante de ofício, raras são as finalizações ao gol adversário (quatro em Córdoba e zero em Campinas).



O principal, problema, no entanto, está na dupla de volantes. Responsável por proteger os zagueiros, dar sustentação aos laterais e auxiliar na criação de jogadas, o setor não está funcionando da forma como deveria. Hudson, Jucilei, Araruna, Liziero, Willian Farias e até mesmo Hernanes foram testados por lá, mas não conseguiram ser efetivos. Sem o domínio no meio de campo, o São Paulo não consegue aplicar suas ideias ofensivas.

A posse de bola, embora tenha registrado números altos, não é traduzida naquilo que foi idealizado por André Jardine. Com os meias em baixa, os jogadores de frente não têm a oportunidade de criar chances de gol. Sendo assim, os jogadores que mais são vistos com a bola são os zagueiros, laterais e ponteiros. O São Paulo domina o jogo, mas sem dominar de fato. Quando encontra um adversário defensivo, como foi no último sábado, contra a Ponte, o time é induzido a atacar e abre espaços para o contra-ataque.



Na próxima quarta, às 21h30, o São Paulo tem seu maior desafio na temporada. Em casa, contra o Talleres, os comandados de André Jardine tentam reverter a derrota, por 2 a 0, na Argentina, para seguir vivo na Copa Libertadores. Sendo, ou não, fiel às suas ideias, o treinador precisa encontrar uma maneira de fazer a equipe render e, principalmente, ser efetiva. Depois, caso isto aconteça, haverá um novo desafio: aliar teoria e prática. Se não der certo, o clube está fadado a mergulhar em uma crise com pouco mais de um mês desde o início dos treinos em 2019.

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