Relembre o quase acerto de Renato Gaúcho com o Tricolor em 97
Na época com 34 anos, atual técnico do Grêmio foi apresentado no Morumbi, segurou a camisa do clube, mas não a vestiu. Eles se reencontram nesta quinta-feira...
Renato Gaúcho, segurando a camisa do São Paulo, cumprimenta Fernando Casal de Rey — Foto: Reprodução TV Globo
Renato Gaúcho, técnico do Grêmio, adversário do São Paulo nesta quinta-feira, no Morumbi, às 19h, pelo Brasileirão, já esteve bem perto de reforçar o time paulista quando ainda era jogador.
A história ficou eternizada com a imagem de Renato Gaúcho segurando a camisa do São Paulo em sua apresentação no salão nobre do Morumbi. Mas o que deu errado na negociação à época?
– Era uma proposta válida da Federação Paulista, que queria promover o Paulistão. Foi decisão do Renato não seguir adiante – disse Fernando Casal de Rey, presidente do São Paulo à época.
Antes de falar do motivo da recusa de Renato Gaúcho é importante pontuar que a FPF, presidida então por Eduardo José Farah, pagaria os salários do atacante durante a competição.
Depois disso, seria responsabilidade do São Paulo dar continuidade ou não ao contrato do jogador. Mas o time do Morumbi não teve a oportunidade de tomar essa decisão.
O drible de Renato Gaúcho
O Fluminense, que era o time de Renato, iniciou 1997 com uma pré-temporada em Caxambu, no sul de Minas Gerais. Mas o atacante não apareceu e frustou a torcida que o esperava.
A motivação para Renato Gaúcho não se apresentar com os demais companheiros e aceitar o papo com a FPF e o São Paulo foi uma dívida de R$ 1,1 milhão do time carioca com ele.
– Se não tiver dinheiro, não vou ter esse prazer de conviver na praia, porque duro na praia não dá para ficar comendo areia – justificou Renato à época, quando questionado se deixaria a vida praiana.
Renato Gaúcho, então, foi a São Paulo para ser apresentado no Morumbi. No evento, ele preferiu não vestir a camisa antes dos exames médicos. Por isso, o registro é dele apenas segurando o uniforme.
Também por isso, o atacante não quis assinar contrato. E, depois de apresentado, voltou ao Rio de Janeiro e deu uma entrevista para a TV Globo na praia de Ipanema.
– O Fluminense tem uma dívida grande comigo e eu, desde o início, estou falando que só ficaria se recebesse esse dinheiro. No mínimo uma parte dela. Então, o pessoal do Fluminense ficou de se reunir para que pudesse me dar uma resposta até o final do dia. Vou aguardar essa resposta. Caso eles não me liguem, na próxima terça-feira com certeza estou em São Paulo – falou.
E o Fluminense ligou, se comprometeu a quitar a dívida em três parcelas, e Renato Gaúcho não voltou a São Paulo naquela terça-feira.
Frustração ou alívio?
No São Paulo, claro, houve frustração com a permanência de Renato Gaúcho no Fluminense. Mais ainda pelo fato de a diretoria do time do Morumbi não ter sabido na ocasião o real motivo.
Para todos no São Paulo estava tudo certo. O atacante faria os exames médicos, assinaria contrato e poderia ser escalado nas partidas do Campeonato Paulista.
Inicialmente, no entanto, o presidente Fernando Casal de Rey foi reticente à ideia da FPF de fazer o contato com Renato Gaúcho para jogar no São Paulo.
Como as polêmicas sempre nortearam a carreira do atacante, havia ressalvas. Mas como a estrela do atacante também era reconhecida, o acordo foi aceito.
Depois de dar errado, os relatos dão conta de que Eduardo José Farah, presidente da FPF ficou mais incomodado do que o próprio São Paulo, que, por sua vez, deixou de ter um "problema".
A sequência de Renato Gaúcho no Fluminense foi de lesões até que ele se transferiu ao Flamengo, no meio daquela temporada, com o Campeonato Brasileiro já em andamento.
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