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Christian Alberto Cueva Bravo, o famigerado Cueva, foi contratado pelo São Paulo em junho de 2016 após ter se destacado pelo Toluca na Copa Libertadores, time que foi AMASSADO pelo Tricolor nas oitavas de final. Antes disso, também havia sido destaque na Copa América de 2015, sendo eleito para a seleção da mesma, inclusive marcando um gol contra a seleção brasileira. No dia da confirmação de sua contratação, gravou um vídeo diretamente dos Estados Unidos (onde estava com sua seleção para a disputa da Copa América Centenário) para a torcida são-paulina:



“Olá, torcida tricolor! Sou Christian Cueva, reforço do tricampeão da Libertadores. Quero agradecer ao gigante São Paulo por esta oportunidade. Prometo o máximo esforço para ser campeão. Deixarei meu sangue em campo por essa camisa e por essa torcida, orgulhoso por pertencer ao maior do Brasil e fazer parte desta história. Dos Estados Unidos, mando um abraço e espero estar logo junto com vocês.”

Estreou no mesmo mês em que foi contratado na vitória por 2x1 sobre o Fluminense no Morumbi, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro, deixando boa impressão e arrancando elogios do então treinador Edgardo Bauza. Após a queda na Libertadores e a saída de Paulo Henrique Ganso, Cueva rapidamente se tornou titular absoluto da equipe no restante da temporada. Apesar da vexatória eliminação para o Juventude na Copa do Brasil e da mediana (literalmente) 10ª colocação no Brasileirão, onde o chegamos a FLERTAR com a zona do rebaixamento em dado momento, o então camisa 13 foi o grande destaque da equipe. Como não se lembrar da atuação de Cueva naquela PORNOGRÁFICA goleada por 4x0 sobre o Corinthians onde não contente em marcar um pênalti de cavadinha, ainda deu 3 assistências? Para alguns, nascia ali um novo ídolo.

Com a moral elevada, Cueva recebeu a camisa 10 de presente no início de 2017 e jogou como tal. Virou o grande maestro da intensa equipe de Rogério Ceni, ditando o ritmo da equipe com gols, assistências e belos dribles. Suas boas atuações lhe renderam um novo contrato, no qual ele mesmo sugeriu uma cláusula em caso de ser eleito Craque do Brasileirão. Admito que na época me iludi e não foi pouco, e não demorou muito para que começassem a falar de “Cuevadependência”. Porém, tal como uma PRAGA de torcedores rivais, Cueva se lesionou jogando por sua seleção nas vésperas das decisões contra Cruzeiro pela Copa do Brasil e Corinthians pelo Paulistão. Mesmo ainda MEIA-BOMBA, voltou e pouco acrescentou à equipe nas duas eliminações.

Daí em diante, o outrora CUEVADINHA parecia um outro jogador (assim como grande parte daquele elenco). Suas arrancadas rumo ao gol adversário deram lugar a bolas perdidas, as assistências viraram passes errados, a intensidade virou displicência e o comprometimento simplesmente desapareceu. Durante grande parte do DESASTROSO Brasileirão 2017, o torcedor são-paulino teve que se contentar com LAPSOS de seu camisa 10, apesar de suas grandes atuações por sua seleção no mesmo período. Sem ser injusto, Cueva foi importante na arrancada que livrou o Tricolor do inédito rebaixamento, dando duas assistências na heroica virada contra o Atlético-PR, marcando gol contra o Santos e fazendo um cruzamento perfeito na cabeça do Profeta contra o Flamengo. Mas, o que parecia a redenção do peruano, na verdade virou uma grande sequência de descompromissos.

Logo após conquistar a vaga para a Copa do Mundo, o meia não se reapresentou na data devida e ficou no banco de reservas na partida que garantiu de vez a permanência na Série A. Foi multado pelo clube e a torcida aceitou suas desculpas. Pouco tempo depois, no início da temporada de 2018, Cueva novamente não se reapresentou na data combinada e alegou estar participando de “campanhas publicitárias” no Peru, mas foi flagrado em boates no mesmo período. Dias depois, mais uma polêmica: se irritou ao ter uma proposta da Arábia Saudita recusada e se negou a ficar no banco de reservas em uma partida contra o Mirassol pelo Campeonato Paulista, o que culminou no afastamento do jogador. Na sua volta a equipe, marcou um gol e comemorou pedindo desculpas ao torcedor.

Depois disso, visivelmente fora de forma e com atuações irregulares, Cueva deixou de ser titular absoluto da equipe, principalmente após a chegada de Diego Aguirre. Lembrando os LAPSOS de 2017, Cueva saiu do banco de reservas e deu linda assistência para Diego Souza marcar no empate contra o Atlético-MG, no dia 5 de maio. No dia 9, foi expulso INFANTILMENTE na classificação contra o Rosário Central e, no dia seguinte, pediu para ser liberado para acompanhar o nascimento do filho antes de viajar para a Copa do Mundo. Curiosamente, após a ida do meia para a Rússia, o comprometido elenco tricolor se mostrou cada vez mais unido e se encontra em grande fase.

A boa forma física apresentada na Copa, a intensidade demonstrada e a vontade com que joga por sua seleção apenas confirmam a possível falta de interesse do meia em atuar pelo São Paulo. Cueva foi muito importante para nós, não se pode negar, mas o clube é muito maior do que qualquer jogador. O “máximo esforço para ser campeão” e o “sangue em campo por essa camisa e por essa torcida” prometidos no vídeo gravado no dia de sua contratação foram cumpridos durante alguma parte de sua passagem por aqui, mas, tal como um casamento desgastado, claramente não existe mais vontade na realização de tal promessa, nem por parte do jogador, nem por parte do clube. Como diz aquela velha música: “É só isso, não tem mais jeito, acabou, boa sorte...”