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Hernanes: 'Vou ser melhor em 2009'

Em grande fase, craque levou hexa e troféus individuais em 2008

Eleito melhor jogador do Campeonato Brasileiro pela CBF, o volante Hernanes, do São Paulo, já mostrou que tem o poder da palavra.Quando poucos acreditavam no hexacampeonato, o jogador profetizou o título, que se concretizou há uma semana.

Agora, em entrevista exclusiva ao LANCENET!, o craque deu motivos de sobra para que os torcedores usem todos os patuás possíveis e rezem por sua permanência em 2009. É que após fazer a diferença, Hernanes garante que será ainda melhor na próxima temporada.

– Entendo que posso ir mais longe. Eu não cheguei ao limite.

Veja aqui a entrevista na TV L!

Fascinado pela idéia de conquistar a Libertadores, o volante em nenhum momento descartou a transferência. Sabe que foi difícil para o São Paulo recusar 15 milhões de dólares do Barcelona (ESP), e que as ofertas tendem a aumentar.

Então, que esperança pode ter o são-paulino? A determinação de Hernanes em fazer história e não cair na vala comum de atletas brasileiros de futebol. Ele é diferente!

– Sempre quis ser diferente na conduta. Tenho minha opinião própria e minha motivação – afirmou.

Confira a seguir a entrevista que o craque do Brasileirão concedeu ao LANCENET! no Memorial do Morumbi.

Como foi o pós-jogo contra o Palmeiras? O Rogério Ceni saiu cabisbaixo pelo empate e você foi quem animou o grupo?
Não só o Rogério, todos saíram. Eu também saí triste, jogamos muito bem, fizemos 2 a 0. Mas ficou uma boa impressão, percebi que nosso time tinha se fortalecido. Não abri mão desse título, não queria passar um ano em branco. Percebi que a gente ia longe, tentei passar essa força aos companheiros.

O normal não seria ter caído de rendimento depois do empate?
Quando o sucesso não vem, pensamos: por que que não deu certo, o que fiz de errado? Nosso time é bom, competitivo, forte quando precisa. Quando não precisa, não sei o que acontece. Até falei para o meu pai: “A gente teve esse empate e seremos campeões. Se não tivesse o empate, a gente sairia dali muito ‘grandão’”. O Palmeiras falou um monte, o empate manteve nossos pés no chão. No dia seguinte, falei para o Mílton Cruz (observador-técnico): “Vamos ser campeões, pode ter certeza”. E sempre que ele me via, falava: “E aí, tá de pé?” (risos).

Antes do jogo contra a Portuguesa você também mexeu com o pessoal? O que falou no vestiário?
Estava aquecendo e, de repente, tive uma luz. Muitos haviam sido campeões brasileiros, poucos foram bicampeões. Agora, tricampeões, só nós poderíamos ser. Falei isso para o grupo antes do jogo.

Em dois anos, você se tornou líder, ganhou prêmios. Tudo muito rápido, não?
Quero deixar bem claro que não ganhamos porque eu falei. Foram todos os companheiros, nada é por acaso. Só fiz um gol de sorte, contra o Vasco, no ano passado. A bola bateu no zagueiro. Nos outros, sabia onde o goleiro estava, já via tudo na minha cabeça. Quando você faz algo por meio da fé, tem sucesso.

Você tinha fé em ser o melhor atleta do Campeonato Brasileiro?
Tinha. Mas o que eu mais queria era a medalha de ouro olímpica. Sonhava com isso desde adolescente. Não queria sonhar, criar expectativa, para não me frustrar de novo...

A derrota na Olimpíada pode ter ajudado você no Brasileiro?
Mudou drasticamente minha maneira de pensar e entender a vida. A estratégia que trilhei para atingir o ouro não deu certo. Então, tem de mudar, melhorar. Amadureci. O que tinha feito até ali me levou ao terceiro lugar. Eu queria mais.

E o que você tem de inédito para conquistar no ano que vem?
O tetra! (risos). Na verdade, três tetras, né? Libertadores, Mundial e o Campeonato Brasileiro...

Você tem condições de ficar para os tetras ou já tem na cabeça a idéia de sair do São Paulo?
No ano que vem, vou ser melhor ainda do que fui neste ano. Estou preparado para, se ficar, conquistar mais títulos pelo São Paulo. A Libertadores me fascina porque o clube e a torcida se identificam muito. Entendo que posso ir mais longe e estarei melhor do que nesse ano. É uma certeza que tenho, me sinto com 18, 19 anos. Não cheguei ao limite. Estou tranqüilo para ajudar o time a alcançar outras conquistas

Jogar na Europa é uma meta?
Posso estar enganado, mas entendo que um dia isso vai acontecer. Não sei quando, nem como, mas por enquanto estou feliz, tranqüilo, esperando esse momento. Quero ir para um clube que me dê condições de brigar por títulos nacionais e internacionais. Que Deus concorde com isso e me dê a oportunidade

Como vê a valorização por parte da diretoria, que exige o valor da multa rescisória para te negociar?
Antes do profissional, fui muito desvalorizado. Cheguei ao São Paulo com 16 anos e só assinei contrato profissional aos 20. Agora, sou recompensado pelos anos que passei, por acreditar, ficar e ir até o fim. Eu dizia que jogaria no São Paulo e,
hoje, está vindo a recompensa.

Como foi o começo no clube?
Eu morava no Portão 4 do estádio do Morumbi. Às vezes, saía às 22, 23 horas, ligava para minha mãe e ela dizia: “Menino, são onze da noite e você em São Paulo. Sai da rua” (risos). Quando garoto, não temos muita noção das coisas. A família ficou mais assustada do que eu

E morar dentro do estádio?
Foi bom porque a comida era muito boa. A única diferença é que dormia no quarto com 16 jogadores durante o período de testes. Depois, morava só com quatro jogadores. O Jean (volante que fez dupla com Hernanes na campanha do hexacampeonato) morou no estádio.

Quais os segredos do São Paulo para conquistar tantos títulos?
A diretoria repõe no mesmo nível as peças que saem. O Muricy e os jogadores têm uma parceria que dá certo. Ele une o grupo. Quando vi o Cruzeiro perder para o Náutico, falei: “Time que quer ser campeão não pode tomar cinco”. Depois o Palmeiras, contra Flamengo e Fluminense. O Grêmio tomou quatro do Vitória... O ponto forte do São Paulo é o equilíbrio: não toma muitos gols e tem qualidade para fazer.

Sua esposa está grávida. Isso pode dificultar uma saída do país agora ou não tem interferência?
Não seria um empecilho. Se tiver que sair ou ficar, que assim seja. Prefiro disputar a Libertadores, mas estou aí para o que der e vier.

Você se considera uma pessoa diferente no mundo do futebol?
Eu queria ser diferente na minha maneira de ser, na minha conduta. Não queria nadar junto à correnteza. Tenho minha opinião própria e essa motivação. Eu dizia: “Vou ser diferente, vou ser diferente...”. As roupas, os carros, as coisas são um reflexo daquilo que sou, de querer ser diferente e fazer a diferença.

Vai passar férias no Recife?
Chegarei no dia 19. Há um jogo programado, meu irmão também é jogador: os amigos dele contra os meus. Em três jogos, ganhei dois.

Tem o sonho de ser o melhor jogador do mundo um dia?
É algo distante ainda. Para se tornar realidade, tem que se tornar real dentro de você. Ainda não é real dentro de mim. À medida que conquistar objetivos, vai clarear. Um dia, poderá ser meu objetivo.

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