O São Paulo pretende utilizar o inquérito aberto na terça-feira pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para pedir a renúncia de Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol.

A diretoria do clube acredita que as investigações comprovarão má-fé de Del Nero, que alertou Ricardo Teixeira, presidente da CBF, sobre um possível “agrado” do São Paulo ao árbitro Wagner Tardelli.

O Tribunal determinou que a Federação Paulista e o São Paulo enviem, até o fim da manhã desta quarta-feira, documentos importantes na investigação. O vice-presidente do STJD, Virgílio Val, foi designado relator do inquérito. Serão ouvidos o árbitro envolvido, Wagner Tardelli, Del Nero, Sérgio Correa (presidente da Comissão Nacional de Arbitragem), Lilian Cristina Cardoso (secretária de Del Nero), Reinaldo Carneiro Bastos (vice-presidente da FPF) e Maria Estela (secretária de Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo).

Caso seja comprovada tentativa de corrupção, as penas são severas: dois anos ou eliminação do futebol.

O Tricolor, entretanto, garante que Del Nero será o grande prejudicado após a conclusão das investigações. Segundo dirigentes são-paulinos, ele já “se queimou” com Ricardo Teixeira, por despertar suspeitas indevidas no Brasileirão quando o país luta para manter sua credibilidade para a Copa do Mundo-2014.

Em sua carta de demissão da vice-presidência da FPF, o diretor são-paulino Ataíde Gil Guerreiro explica que 11 ingressos foram enviados à Federação Paulista: sete para os filhos de Reinaldo Carneiro Bastos e quatro para as secretárias de Del Nero. Uma delas, Lilian, citada pelo presidente em sua coletiva na segunda.

– É um absurdo. Agora, os bandidos são a Lilian e o Reinaldo, não os culpados – criticou um dirigente são-paulino, lamentando que a responsabilidade recaia sobre a secretária.

O clube garante: irá provar, no inquérito, que os ingressos foram enviados no dia 1 de dezembro, antes de Tardelli ser escalado para o jogo.