O São Paulo não conseguiu garantir o título brasileiro no último domingo, no Morumbi, diante de quase 70 mil torcedores. Mas os jogadores vão se sentir em casa quando chegarem a Brasília, neste sábado. Afinal, a movimentação de tricolores já é grande no Distrito Federal. Promessa de festa no aeroporto e Bezerrão cheio para a partida contra o Goiás , ainda que os preços não sejam convidativos. Loucos pelo São Paulo, estes torcedores moram longe do clube, mas sempre dão um jeito de compensar a distância com muita paixão.

Vinicius Tardelli conta que a torcida do São Paulo é a segunda maior do DF, perdendo apenas para a do Flamengo . Em um local "dominado" por cariocas, como ele mesmo exemplifica, alguns tricolores se conheceram pela Internet, em 2004, e passaram a fazer excursões para os jogos mais importantes. Viram o título da Libertadores de 2005, além do tetra e do penta brasileiro "in loco". Estiveram domingo passado no Morumbi, mas depois receberam a notícia de que a taça seria decidida bem mais perto de casa.

- Na volta do jogo falei para todo mundo que nós seríamos a diferença pelo hexa. A torcida aqui em Brasília é muito participativa e os jogadores podem esperar uma grande recepção no aeroporto, além de muito apoio no Bezerrão. Mas eu iria se o jogo fosse em qualquer lugar do Brasil - conta o empresário, que vem de uma família com flamenguistas, vascaínos e até um atleticano, mas escolheu o São Paulo por ter se encantado com Zetti, Raí e Juninho.


Do pequeno grupo surgiu uma comunidade no site de relacionamentos Orkut: São-paulinos em Brasília, que tem hoje mais de cinco mil pessoas. Os torcedores começaram a se unir e passaram a ver jogos juntos em um bar chamado Ponto 6, que passa todas as partidas e recebe entre 150 e 300 integrantes a cada jogo do Tricolor.

- Somos torcedores que participam da vida do clube. Eu sou sócio-torcedor há quatro anos. Acho que é importante que o torcedor compre um produto oficial, ou tente ajudar o São Paulo na medida do possível - acrescenta Tardelli, que já tem nova viagem marcada para a capital paulista no dia 25 de janeiro de 2009, quando o Tricolor encara a Portuguesa pelo Paulistão. E, se o time chegar à final da Copa São Paulo de Futebol Júnior, ele e os amigos estarão presentes, já que a partida seria na manhã do mesmo dia.


Tamara Rodrigues da Silva, de 30 anos, sempre confirma presença no Ponto 6, ou "Ponto Hexa", novo apelido do local. Isto quando ela não viaja para os jogos. O Morumbi lotado contra o Fluminense impressionou a visitante, que demonstra todo o amor pelo São Paulo com o escudo tatuado na perna direita, com a frase "orgulho de ser".

- Estou muito ansiosa pelo jogo. Se o ingresso fosse mesmo R$ 400, eu iria do mesmo jeito. Depois vamos seguir os jogadores em carreata para comemorar o hexa. Já havia assistido a jogos no Morumbi antes, mas nunca com tanto público - lembra a torcedora, que é filha de uma cruzeirense e um santista, mas aprendeu a gostar do São Paulo na casa de um amigo, com oito anos. Depois, veio o primeiro título mundial, e a paixão só aumentou...