O São Paulo Futebol Clube atravessa um dos períodos mais difíceis de sua história. Qualquer são-paulino vê que o time tem tido problemas no campo, mas entende que os gols que estamos levando fora dele são muito mais graves nesse momento.
A guerra entre as duas principais facções políticas deixou o clube dilacerado e jogado à sorte de vaidades pessoais. Juvenal x Aidar tem sido para o SPFC mais ou menos o que PT x PSDB tem sido para o Brasil. O primeiro tem em seu histórico recente a relação promíscua com a organizada, a quebra da política salarial e a violação do estatuto em 2011. Já o segundo acumula uma série de derrotas jurídicas e administrativas, até passar o recibo da incompetência, ao não pagar salários de jogadores e não honrar compromissos. E no meio dessa fogueira de vaidades dos coronéis, fica a torcida, perdida, sem saber em quem acreditar. Fato é que SPFC vem postergando uma reformulação há tempos e em 2015 ela se tornou inadiável. Chegamos a um ponto de inflexão.
Ouvi opiniões de vários tricolores a respeito da política do clube. Em linhas gerais, todos concordam num ponto: precisamos de um novo modelo para que o Clube da Fé possa voltar à vanguarda do futebol, lugar onde sempre esteve, especialmente nos anos 80 e 90. Porém, ninguém conseguiu apontar quem poderia ser a pessoa a mudar a mentalidade no clube. Um cara que não seja carreirista, que realmente ame o SPFC e o coloque acima de suas aspirações pessoais. Não, Marco Aurélio Cunha não é essa pessoa. Além de já estar lotado nas fileiras da CBF, tem o histórico de já ter pulado a cerca para outros clubes e coleciona desafetos entre conselheiros. Para piorar, está envolvido demais com a política pró-forma (seu partido, o PSD de Kassab, é hospedeiro do que há de mais cancerígeno na política).
Volta e meia me deparo com algum tricolor pedindo “Rogério Ceni presidente”. Embora a ideia a princípio pareça bravata de torcedor, vamos considerar a hipótese a sério.
Quem conhece a estrutura do clube depois de 25 anos de vivência diária e sabe onde estão suas fraquezas? Quem poderia trazer profissionais competentes, que estejam fora dos esquemas de apadrinhamento do clube? Quem poderia criar um consenso em torno de seu nome e minar as chances de os coronéis se perpetuarem no poder? Quem poderia se cercar de ídolos identificados com o São Paulo, como Raí, Zetti, Leonardo, Muricy, Dario Pereyra e Lugano para ajudar? Quem enxergou e reconheceu, ainda em 2013, que adversários cresceram e o SPFC ficou para trás? Quem tem plena noção de que não é maior que o clube, apesar de saber ser seu maior ídolo? Sim, amigos, esse cara é Rogério Mücke Ceni.
Antes de seguirmos, atenção: Rogério Ceni como técnico seria um erro monumental, tanto para sua biografia quanto para a história do clube. É um cargo de alta volatilidade e ele teria sérios problemas com os boleiros macunaímas. Temos de apoiar e acreditar em Osorio.
Rogério vive seus últimos dias de M1TO nos gramados, nos orgulhando com seu talento e dedicação sobrehumanos. Agora é hora de ser apenas humano e reconhecer que o clube está precisando dele numa posição mais importante até do que de goleiro-artilheiro-capitão.
Pode ser que não dê certo? Pode. Pode ser que ele seja engolido pela política pequena que vem apodrecendo o clube por dentro? Pode, porque fora do campo o M1TO é apenas um homem, falível como qualquer outro. Mas nesse momento não me vem outra pergunta à cabeça: POR QUE NÃO? Rogério é inteligente e já demonstrou inclinação para a política. A eleição está marcada para abril de 2017, o que significa que ele terá o ano de 2016 inteiro para se preparar para a nova missão, passar um tempo fora do país, estudando, fazendo cursos.
Portanto, senhoras e senhores, chegou a hora de lançar oficialmente a pré-candidatura: ROGÉRIO CENI PRESIDENTE DO SPFC. Chegou a hora de fazermos essa campanha juntos. Eu, você e todos que querem a mudança. É possível. Quem gostou da ideia, curta, compartilhe, tuite e retuite esse sonho: #RogerioPresidenteSPFC. Quem ainda não se convenceu, prometa ao menos pensar no assunto.