O São Paulo vive dificuldades para renovar com o volante Gustavo Hebling, de 19 anos. Com contrato até 24 de junho, o jogador recusou há dez dias uma proposta apresentada pelo gerente Gustavo Vieira de Oliveira. Pai do garoto, Danilo Arantes entrou em atrito com o dirigente ao questionar alguns pontos da oferta tricolor e revelar sondagens. O Atlético-PR seria um dos interessados. Como consequência, o atleta passou a treinar separadamente dos colegas desde segunda-feira, no CFA de Cotia. O São Paulo nega que o atleta tenha sido afastado.
No clube desde os 12 anos, Gustavo foi apontado como um dos destaques do Tricolor na Copa São Paulo de Futebol Júnior deste ano. Nascido em Piracicaba, o garoto acumula convocações para as seleções de base, o que chamou a atenção de outros clubes.
Procurado pela reportagem, o pai do jogador confirmou que recusou a proposta apresentada pelo São Paulo. Apesar do atrito, sustenta que a prioridade é firmar um novo vínculo e aguarda um novo contato do clube, ainda sem previsão de ocorrer.
– O São Paulo não foi tão incisivo para renovar. Fizeram uma proposta, nós recusamos devido a algumas outras que chegaram, mas quero frisar que queremos seguir no clube. Sou são-paulino, ele também quer continuar, mas precisamos usar a razão, e não a emoção. Acredito no desfecho feliz, mas não tenho como afirmar que vai acontecer – disse, por telefone.
Danilo lamentou, porém, o fato de o jogador ter sido colocado para treinar longe dos colegas. No último dia 13, o garoto foi campeão da Copa Ouro Sub-20, torneio que reúne tradicionais clubes do estado de São Paulo, após vitória contra a Ponte Preta.
– Ele foi afastado na segunda. Acho isso muito ruim não só para o São Paulo, mas para ele, que pode acabar pensando algo mal do clube. É uma questão comercial, e o clube não deveria prejudicá-lo física e psicologicamente. Mas é a única arma que o clube tem. Disseram que foi feito para ele não se machucar, mas sabemos que não é bem isso – destacou.
Hoje, os direitos sobre o jogador são divididos entre o São Paulo (que tem 80%) e o pai (20%). Com risco de perdê-lo, o Tricolor protocolou um contrato na Federação Paulista de Futebol para tentar se valer da renovação automática após o primeiro contrato do jogador, o que é garantido pela Lei Pelé.
São Paulo nega afastamento do jogador
Em contato com a reportagem do GloboEsporte.com, o gerente executivo do CT de Cotia, Júnior Chávare, rebateu a versão apresentada pelo pai do jogador. Disse que o atleta não está treinando em separado.
– Isso não é verdade. A categoria sub-20 é dividida em dois times, o sub-19 e o sub-20. Ele estava no sub-20 (cujo técnico é André Darine) e agora voltou para o sub-19, o que acontece com vários jogadores. O time tem o Vizolli como técnico, tem toda a estrutura definida e ele continua morando em Cotia. Sobre negociação, eu não cuido disso, somente a diretoria profissional – afirmou o dirigente.
O gerente Gustavo Vieira de Oliveira foi procurado para falar, mas não atendeu as ligações.
