Adilson Batista, que vive no CT são-paulino, tem agradado a diretoria com seu estilo (Luiz Pires / VIPCOMM

Trabalhando no São Paulo já há duas semanas, Adilson Batista tem passado quase todo o tempo confinado do CT. É na casa tricolor da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, que o treinador está morando. Parte por ainda não ter uma residência fixa na cidade. Parte por opção, para sentir mais da sua nova equipe. As saídas são raras, geralmente para jogo ou viagem com a equipe.
A rotina de Adilson tem sido do quarto para a sala de preleções e vice-versa, com pausas para as refeições no local. No seu “quartel general”, o treinador passa horas assistindo vídeos e mais vídeos dos jogos do São Paulo. Faz anotações e tira ideias para corrigir o time, segundo colocado no Campeonato Brasileiro, com 25 pontos – três a menos que o líder Corinthians.
– Meu negocio é trabalho, mais campo mesmo. Estou contente aqui, me dedicando, respirando o São Paulo, acompanhando e recebendo ajuda – disse.
Estou contente aqui, me dedicando, respirando o São Paulo, acompanhando e recebendo ajuda"
Adilson Batista
Na coletiva da última sexta-feira, Adilson lembrou um pouco o estilo Muricy Ramalho, de tanto usar a palavra “trabalho” nas suas respostas. Em uma de suas argumentações, disse que só assim poderia melhorar a confiança dos jogadores. A questão girava em torno do comportamento dos atletas depois de saírem na frente na partida com o Atlético-GO e cederem o empate (2 a 2). Ou no caso da vitória apertada sobre o Coritiba, após estarem vencendo a disputa por 4 a 0 – o jogo terminou 4 a 3.
– Precisa trabalhar a confiança. Todos nós precisamos estar com a mente boa e a consciência tranquila de fazermos o melhor. Evidente que foram partidas boas, que poderíamos ter valorizado um pouquinho mais, criado os espaços para trabalhar a bola mesmo com 4 a 0, mas acontece. Futebol é assim e a gente vai melhorando – argumentou.
O estilo do novo treinador tricolor tem agradado à diretoria. João Paulo de Jesus Lopes, vice de futebol do clube, afirma que encontra no técnico semelhanças com Paulo Autuori, que comandou o time na conquista da Taça Libertadores e do Mundial Interclubes, em 2005.
– Ele me lembra muito o Autuori porque é um técnico estudioso. Já vi alguns jogos com ele e sempre comenta o que pensa em mudar e o porquê. Sempre pede que os vídeos das partidas sejam feitos com a câmera mais aberta, para que possa ver a movimentação de todos os jogadores. E nós gostamos deste estilo – afirmou o dirigente.
Se Adilson será um vencedor como Autuori, isso só o tempo dirá. De momento, o treinador só pede para que não o associem ao slogan “Aqui é trabalho, meu filho”.
– Vocês (jornalistas) querem bater nisso, né? O Muricy é meu amigo, sem sacanagens com ele – brincou.