Existe uma história que sempre incomodou os são-paulinos, sobretudo aqueles que integram a velha guarda: o disse-que-disse quanto ao uso de recursos públicos na construção do Estádio do Morumbi. Por isso, a diretoria tricolor, motivada por eventuais comparações que possam ser feitas com a arena do Corinthians, em Itaquera, resolveu fazer um levantamento por conta própria sobre o tema. E a conclusão é de que, sim, houve investimento de dinheiro público. Porém, o montante é considerado irrisório: 4,54% até 1961.
Cálculos apontam que o custo total do estádio tenha sido, na época, de US$ 70 milhões. O valor é citado na biografia do ex-presidente e ex-governador do Estado, Laudo Natel (Laudo Natel, Um bandeirante, de Ricardo Viveiros), considerado um dos principais responsáveis e entusiastas do estádio são-paulino.
Feitas as contas, conclui-se que, de acordo com o estudo realizado pelo próprio clube, aproximadamente US$ 3 milhões em recursos públicos foram aplicados na obra durante as décadas de 50 e 60, uma vez que a construção do Morumbi levou 18 anos, de 1952 a 1970.
O relatório produzido pela equipe responsável pelo levantamento minimiza o impacto desse montante. "E mesmo as irrisórias quantias recebidas junto à Prefeitura Municipal (Cr$ 5.473.000,00, em 1956) e ao Governo Estadual (Cr$ 5.500.000,00, entre 1956 e 1958), que somadas não chegam a 5% do valor investido pelo São Paulo F.C. até 1961 (exatos 4,54%) e que representam menos ainda se comparados ao custo final do estádio, concluído em 1970", diz o documento.
Além disso, dois Projetos de Lei, um de 1956 (PL 301), outro de 1960 (PL 261), encaminhados à Câmara Municipal, previam "auxílio especial" de Cr$ 10 milhões e Cr$ 50 milhões ao Tricolor, respectivamente.
Pressão. O tema sobre o uso de recursos públicos no Morumbi voltou com força por causa da polêmica na qual se transformou o Itaquerão. O estádio do Corinthians, planejado para receber a abertura da Copa do Mundo de 2014, contará com incentivos fiscais de R$ 420 milhões da Prefeitura.
Diante das inevitáveis comparações entre a engenharia financeira da futura arena com a utilizada no Morumbi, a cúpula tricolor tentou antecipar-se e, assim, evitar teorias da conspiração.
No relatório, explica-se que a grande massa de recursos que viabilizaram a construção do Morumbi veio de iniciativas comerciais, como a venda de carnês, espaço publicitário, cadeiras cativas e camarotes.
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