O São Paulo apresentou nesta terça-feira o volante Denilson como mais um reforço da equipe para esta temporada. Emprestado pelo Arsenal-ING por um ano, o jogador chega ao time confirmando a tradição são-paulina de formar talentos na base para o time principal. Um hábito que está virando regra na posição do recém-contratado.
No elenco atual do Tricolor, os quatro volantes foram formados no próprio clube: Casemiro, Wellington, Jean e Zé Vitor. O próprio Denilson começou no CT da Barra Funda, subiu para o time profissional em 2005, mas saiu no ano seguinte, negociado com o clube inglês.
"Naquela época havia poucas oportunidades para os garotos entrarem no time, até por isso ele saiu", explica o técnico da equipe sub-17, José Sérgio Presti, há oito anos na base tricolor.
Sem ganhar títulos há algum tempo e longe das fases decisivas de torneios importantes como a Libertadores, o São Paulo não tem mais a pressão de contar sempre com uma equipe totalmente amadurecida. "A necessidade faz revelar os talentos e o São Paulo foi forçado a trazer mais gente da base."
Nesta linha ganhou espaço Jean, o mais antigo dos pratas da casa na posição. Ele subiu para o profissional em 2005, mesmo ano que Hernanes foi incorporado ao grupo principal. O Profeta se destacou, virou titular e rendeu R$ 23 milhões aos cofres do Tricolor na venda para a Lazio em 2010. O Tricolor ficou com 25% do valor. Wellington teve sua oportunidade em 2008 e, no ano passado, chegaram Zé Vitor e Casemiro.
Correndo por fora tem ainda Rodrigo Caio. Zagueiro de origem, mudou de posição por orientação de Zé Sérgio e tem sido observado com bons olhos pela comissão técnica.
Concorrência interna/ Todos ainda brigam para se firmar como titular e agora terão a concorrência de Denilson. Ele evita falar na disputa por espaço, mas espera mostrar serviço. "Não vim brigar por posição, vim para somar. Meu sonho é ajudar o time a ganhar mais títulos", diz Denilson, que espera também uma chance com Mano Menezes.
"A seleção chegará no seu tempo e dependerá do trabalho que eu fizer em campo." Depois de quatro anos no futebol europeu, o volante chega motivado. "Estou voltando mais maduro, com mais cabeça. Cresci muito na parte tática e aprendi a chutar de longe. Não por acaso fiz muito gol de fora da área para o Arsenal."
Em sua primeira passagem pelo São Paulo, em 22 jogos não marcou nenhuma vez.
Análise
José Sérgio Presti técnico da equipe sub-17
Em breve, time será todo da casa
A produção de talentos no São Paulo não tem segredo: é trabalho e organização. Mas o desempenho destes garotos na equipe titular depende muito deles porque demanda tempo de adaptação e amadurecimento. O Wellington, por exemplo, está há três anos no time e, só agora, consegue mostrar o que fazia na base. Cada um dos volantes que temos no grupo hoje tem qualidades diferentes.
O Wellington é um Mineiro melhorado. Tem habilidade e joga mais preocupado com a marcação, mas quando tiver mais liberdade vão ver que ele tem uma dinâmica ótima.
O Casemiro chega para finalizar a bola alta e, às vezes, atua até como meia-atacante.
O Jean fica mais fixo na lateral direita. Já o Zé Vitor era um atacante que virou volante no sub-17. Ele não é tão bom marcador, mas é ótimo para organizar jogadas. Cheguei a trabalhar dois anos com o Denilson, que é mais cadenciado.
Acho que o São Paulo está conseguindo montar uma equipe forte e jovem, como já fez no passado. Daqui a dois anos deveremos ter um time inteiro da base.
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