Adilson Batista não terá vida fácil no São Paulo. O técnico, de 43 anos, e que será apresentado hoje à tarde, já assumirá a equipe com desconfiança interna por ser visto como outra aposta do presidente Juvenal Juvêncio.

O LANCENET! apurou que conselheiros do clube e pessoas ligadas ao mandatário não gostaram nada da escolha de Adilson. Consideram seu estilo de trabalho muito similar ao de Paulo César Carpegiani, seu antecessor, e que, durante os nove meses em que ficou no Morumbi, teve sua cabeça pedida, principalmente por “inovar” quando precisava mexer na equipe.

A tolerância com o presidente ficou ainda mais abalada por Adilson ser considerado a quarta aposta de Juvenal em dois anos. Lembram que, antes de Carpa, o clube “sofreu“ com Ricardo Gomes e Sérgio Baresi, profissional da base (leia abaixo sobre cada caso).

Pesam contra Adilson seus últimos trabalhos, à frente de Corinthians, Santos e Atlético-PR, equipes em que deixou o cargo após muitas críticas e maus resultados. Até por isso, em enquete do LANCENET!, ele foi rejeitado pela maioria dos são-paulinos (veja abaixo).

O novo técnico nunca foi a prioridade da diretoria, que sonhava com Paulo Autuori, do Al-Rayyan (QAT), e negociou com Dorival Júnior, do Atlético-MG, e Dunga, atualmente desempregado. No entanto, ficou sem escolha após negativas.

Adilson, então, foi procurado na sexta-feira e, no sábado pela manhã, acertou um contrato de seis meses, com possibilidade de prorrogação por um ano. Prova de que até mesmo a diretoria prefere aguardar. Ele receberá R$ 160 mil de salários.

Neste domingo, Adilson teve seu primeiro contato com o grupo e se encontrou com os jogadores no hotel onde a delegação ficou hospedada em Porto Alegre. Depois, seguiu para o Beira-Rio e assistiu ao jogo nas tribunas. Apresentado hoje, comandará o primeiro treino amanhã. Pressionado.

As últimas apostas

Paulo César Carpegiani
Seu anúncio, em outubro do ano passado, surpreendeu mesmo indo bem no Brasileiro pelo Atlético-PR. Foi demitido após eliminações no Paulista e Copa do Brasil e briga com Rivaldo. Nunca foi unanimidade no clube.

Sérgio Baresi
Introduzido por Juvenal Juvêncio no CT para dar um recado a profissionais de longa data no clube, preencheu lacuna após a demissão de Ricardo Gomes, em agosto. Trabalhava na base e foi muito criticado no período em que ficou.

Ricardo Gomes
Primeira surpresa de Juvenal após passar mais de três anos bancando Muricy Ramalho. Assumiu em junho e permaneceu por pouco mais de um ano. Nenhum deles conquistou título.