A passagem de Milton Cruz no comando interino do São Paulo não poderia ser melhor: dois jogos, duas vitórias e time na vice-liderança do Brasileirão, com 21 pontos, e sete vitórias em dez jogos.
Após a demissão de Paulo César Carpegiani, o auxiliar-técnico herdou o espaço vazio e ergueu o Tricolor diante de dois rivais que estavam em ascensão no campeonato: Cruzeiro e Internacional. Contra a Raposa, vitória por 2 a 1 no Morumbi. Neste domingo, goleada diante do Colorado, em pleno Beira-Rio, por 3 a 0. O jogo foi acompanhado de perto pelo novo treinador, Adilson Batista, que será oficialmente apresentado nesta segunda-feira à tarde.
- Eu só tenho de agradecer o grupo pela entrega nos dois últimos jogos, falei isso com os jogadores no vestiário depois dessa vitória. Todos se doaram, correram bastante, tiveram disciplina, e facilita bastante para o Adílson chegar ao clube agora com este clima - disse Milton Cruz.
Adílson Batista não tinha cenário melhor para assumir a equipe, que se recuperou após as três derrotas consecutivas (para Corinthians, Botafogo e Flamengo) - resultados que culminaram com a queda de Carpegiani. Pra melhorar, na próxima rodada o São Paulo vai atuar dentro de casa, contra o Atlético-GO (no sábado, 18h30).
- O time precisa continuar nesse embalo, e o Adílson sabe que terá todo o nosso apoio a partir desta segunda-feira. O São Paulo retomou a condição de brigar pelo título nas duas últimas rodadas, conseguimos uma boa vitória aqui, em um estádio que muitos times vão perder pontos - disse Milton Cruz, que emendou:
- Se eu tivesse perdido os dois jogos, não mudaria nada minha situação no clube, mas é muito legal deixar a equipe com esse 100% de aproveitamento em dois jogos. Dá um novo astral no grupo para a semana - completou.
Desde que assumiu a condição de treinador interino, há dez dias, ele fez questão de frisar que não gostaria de ser o técnico do São Paulo. Milton Cruz está no clube há 16 anos, já teve inúmeras chances para assumir a equipe, ouviu até o pedido dos jogadores, mas seu desejo é seguir na função de auxiliar, do elenco e da diretoria, que tem plena confiança em suas indicações de reforços e de ações a serem tomadas dentro do grupo de atletas.
- Eu acho que hoje é mais fácil a diretoria encontrar um técnico para o São Paulo, do que uma pessoa que faça as funções que exerço dentro do clube. Estou há muitos anos aqui e bastante satisfeito com o reconhecimento interno que eu tenho - explicou.
VEJA TAMBÉM
- Thiago Carpini é demitido do São Paulo após quatro meses no cargo
- Campeão da Champions League deve ser anunciado como treinador do São Paulo
- São Paulo é derrotado pelo Flamengo e pressão sobre Carpini aumenta