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O que explica o atropelo do Palmeiras sobre o São Paulo

Uma vitória por 5x0 entre rivais de camisa tão pesada e trajetória importante nos confrontos recentes não acontece por acaso. A variedade de fatores que se somam e formam o cenário visto na noite de ontem no Allianz Parque precisa ser bem pontuada, e nos explicam os ''porquês'' do resultado.

Além da clara necessidade de resposta do Palmeiras diante de seu torcedor, e da natural oscilação de ritmo do São Paulo, que há um mês tirou um peso gigante das costas, há detalhes de parte tática e técnica que pesaram demais na construção da goleada.

Escalações

Abel Ferreira manteve o esquema com três zagueiros e promoveu o retorno de Endrick ao time. ''Flaco'' López saiu. Breno Lopes compôs a dupla de frente com o camisa 9.

Já Dorival Junior não teve Pablo Maia, e escalou Gabriel Neves como ''5''. O restante do time foi o mesmo da última partida, mas com uma mexida no desenho tático. Alisson e Michel Araújo jogaram lado a lado, à frente de Gabi Neves, e James Rodriguez foi o ''falso nove''.

Como Palmeiras e São iniciaram o ''Choque-Rei'' válido pela 29ª rodada do Brasileirão 2023 — Foto: Rodrigo Coutinho

Como Palmeiras e São iniciaram o ''Choque-Rei'' válido pela 29ª rodada do Brasileirão 2023 — Foto: Rodrigo Coutinho

O jogo

O Palmeiras não demorou a descobrir o ''mapa da mina'' de sua expressiva vitória. Sem um volante com maior capacidade de proteção na frente da área e pouca pressão na bola quando os zagueiros palmeirenses a tinham, o Tricolor ofereceu um ''combo'' letal, e que o Verdão soube aproveitar muito bem.

Com passes verticais de Gómez e Murilo para Endrick e Mayke, aproveitando os espaços entre os setores são-paulinos, o Palmeiras construiu as duas jogadas dos gols marcados em 25 minutos. Isso porque o tento de Richard Rios logo no início foi anulado, se não seriam três gols construídos de forma parecida.

Endrick e Veiga se conectavam rapidamente ao receberem nas costas do meio adversário. Breno Lopes era agudo atacando a área e a profundidade. Mayke uma ''bala'' pela direita. E Luan, assim como ocorreu contra o Coritiba, era um ''híbrido'' entre zagueiro e volante.

Como o São Paulo não tinha um atacante enfiado entre os três zagueiros palmeirenses, o camisa 13 dava um ''passo à frente'' em relação a Gómez e Murilo. Matava a circulação de James Rodriguez. Com a bola, também se adiantava, deixando a ''saída de três'' a cargo de Weverton entre seus companheiros de zaga, e induzindo que um meio-campista adversário se adiantasse, gerando espaços às costas.

Breno Lopes comemora gol pelo Palmeiras contra o São Paulo — Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Breno Lopes comemora gol pelo Palmeiras contra o São Paulo — Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Dorival sacou Gabriel Neves pelo buraco que o uruguaio deixava. Botou Rodrigo Nestor na função inicialmente. Depois perdeu Lucas Moura lesionado e pôs Wellington Rato. Tinha uma equipe perdida para marcar. Sem organização e com intensidade irregular. Um convite para ser goleada.

Com uma posse infértil e poucos movimentos que levassem o Palmeiras para trás, o Tricolor ainda passou a se enervar na reta final da 1ª etapa. E em virtude disso viu Wellington Rato cometer um pênalti bobo em Zé Rafael. Piquerez concluiu, e o 3x0 no placar dava a exata dimensão do domínio palestrino.

Jhégson Méndez foi a cartada do campeão da Copa do Brasil no intervalo. James Rodriguez deixou o campo. David foi centralizado no ataque e Michel Araújo acabou aberto pela esquerda. Mesmo do alto de sua experiência, Rafinha deu mais uma mostra do quanto a equipe visitante estava perdida e descompensada emocionalmente ao ser expulso em um violento e banal carrinho no meio-campo.

Palmeiras x São Paulo, Rafinha foi expulso no segundo tempo — Foto: Mauro Horita

Palmeiras x São Paulo, Rafinha foi expulso no segundo tempo — Foto: Mauro Horita

A torcida palmeirense pode comemorar a retomada da verticalidade e das rotas naturais de ataque que a equipe mostrou ter em tantos jogos nas últimas duas temporadas, mas que pareciam em extinção desde a lesão de Dudu. Criou ainda mais na 2ª etapa em igualdade ou superioridade numérica em campo.

Piquerez e Marcos Rocha desfilaram eficiência e agressividade em um time que não tirou o pé do acelerador nem depois do quinto gol. Destaque também para mais uma boa entrada de Luís Guilherme nos últimos minutos. Mesmo pela esquerda, setor em que não tem o hábito de jogar, foi preciso.


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