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Análise demonstra que número de infecções por Covid no futebol paulista se assemelha ao de profissionais da linha de frente

Uma pesquisa coordenada pela USP (Universidade de São Paulo) aponta que o índice de infecções pelo vírus causador da Covid-19 em atletas de torneios da Federação Paulista de Futebol na temporada passada é semelhante ao de profissionais de saúde que atuam na linha de frente de combate à pandemia.



O estudo, que é assinado também pelo presidente da Comissão Médica da FPF, Moisés Cohen, demonstra que 11,7% dos jogadores testados tiveram diagnósticos positivos para a doença. Entre as equipes de apoio (comissão técnica, dirigentes, funcionários, etc), o índice é de 7%.


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Os dados foram divulgados pela Agência Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

– É uma taxa de ataque bem superior à observada em outros países. Na liga dinamarquesa de futebol, por exemplo, foram quatro resultados positivos entre 748 atletas testados [0,5%]. Na Bundesliga [da Alemanha], foram oito casos entre 1.702 jogadores [0,6%] – afirmou Bruno Gualano, professor da Faculdade de Medicina da USP e coordenador da pesquisa.

De acordo com a pesquisa, em processo de revisão, foram analisados cerca de 30 mil testes RT-PCR de 4.269 atletas, com 501 positivos. Entre os demais funcionários, foram 161 positivos em 2.231 testados. Os autores apontam na pesquisa que os números provavelmente estão subestimados.


Gualano cita que poucos casos graves foram registrados, só uma morte, mas sempre entre integrantes de estafe:

– Embora nossos dados sinalizem que os atletas tendem a desenvolver apenas sintomas leves ou mesmo serem assintomáticos, eles podem atuar como vetor de transmissão para a comunidade. Em geral, são indivíduos com uma vida social muito ativa.

A Federação Paulista de Futebol tenta convencer o Ministério Público estadual a apoiar a retomada dos jogos em São Paulo, onde estão proibidos eventos esportivos durante a fase emergencial, com restrições mais rígidas para controle da pandemia.

Na última segunda-feira, a entidade produziu um novo protocolo para a realização de jogos, com medidas mais duras, e o apresentou ao MP. Ainda não há uma definição, mas as duas partes devem se reunir novamente durante a semana.

Foi o Ministério Público que recomentou ao governo de São Paulo a suspensão de jogo de futebol.

Recentemente, a FPF divulgou dados para rebater o argumento das autoridades sobre o risco de contaminação. Em nota, a federação apontou que a “taxa de positividade” no futebol é de 2,2%, 15 vezes inferior à do estado de São Paulo. Esse dado é diferente do que foi apurado na pesquisa da USP, pois é relacionado ao total de testes feitos – e a maior parte dos atletas fez diversos testes durante a temporada 2020.

À Agência Fapeso, Cohen afirma que o risco é das pessoas que não cumprem as regras estabelecidas pela FPF.

– Os casos apareceram toda vez que houve fuga do protocolo. É um ambiente controlado, onde os riscos são monitorados e minimizados, dentro do possível, fazendo testes a cada dois ou três dias. Para aqueles que saem [da concentração] e voltam, os testes são diários. Também implementamos rastreamento de contatos em caso de RT-PCR positivo e todos os cuidados de proteção, como EPI [equipamento de proteção individual] e álcool gel.

Gualano admite que há pouco risco de infecção durante os jogos, mas que outros fatores atrapalham o protocolo.

– Funcionaria se fosse aplicado na Dinamarca ou na Alemanha. Conta-se muito com o bom senso dos atletas, que são orientados a ir do Centro de Treinamento para casa e a manter o distanciamento social e as medidas não farmacológicas de proteção nas horas de descanso – disse o pesquisador.

– Mas aqui no Brasil uma boa parcela não segue essas regras e não sofre qualquer tipo de punição. Além disso, viaja-se muito para disputar as partidas. Os times menores vão de ônibus, comem em restaurantes e ficam provavelmente mais expostos do que os jogadores de elite. Nossa desigualdade social permeia também o futebol – completou.

A Federação Paulista de Futebol foi procurada e se manifestou em nota:

"A Federação Paulista de Futebol, obedecendo critérios exclusivamente científicos, forneceu para estudo da USP informações quantitativas sobre os exames de RT-PCR realizados durante oito competições de categorias distintas (masculino, feminino e base) no Estado de São Paulo, entre 01/07/20 a 30/12/20.

Tal pesquisa tem como principal objetivo a detecção de eventuais comorbidades, principalmente cardíacas, respiratórias ou neurológicas, em atletas profissionais de futebol com RT-PCR positivos assintomáticos ou oligosintomáticos. Trata-se de um estudo ainda inédito no futebol mundial.

Em nenhum momento o estudo foi realizado com objetivo de comparação com outros centros, afinal, existem enormes diferenças entre os países/ligas que inviabilizam, do ponto de vista científico, essas correlações. Elencamos abaixo as razões:



1- As características dos Protocolos de Saúde aplicados em cada país são diferentes;

2- A comparação envolve períodos distintos de análise dos dados;

3- O momento da evolução da pandemia em cada local também envolve diferenças relevantes para esse tipo de comparação;

4- As características sociais de cada país têm enormes distinções;

5- A velocidade da transmissão do vírus é diferente entre os países;

6- A frequência da realização dos testes em algumas ligas foi distinta;

A comparação com qualquer outro setor no Brasil também é cientificamente incorreta, pois seguramente a testagem frequente em todos os atletas possibilitou maior número de diagnósticos, principalmente por serem assintomáticos. Ou seja, o futebol realiza muito mais testes do que a grande maioria dos segmentos econômicos, e de maneira mais frequente, se contrapondo à grande subnotificação pregada pela grande maioria dos cientistas quanto ao número de contaminados no país.

Desta maneira, do ponto de vista médico e científico, a comparação com outros países/ligas e setores é completamente descabida e desinforma as pessoas.

O Comitê Médico da FPF ressalta que o protocolo da FPF é fundamental para o controle da pandemia no esporte, uma vez que a imensa maioria dos atletas é assintomática, e o diagnóstico precoce por meio dos 31.632 testes de RT-PCR, levou ao rápido isolamento desses indivíduos e evitou a disseminação exponencial do vírus.

Todos os envolvidos no futebol paulista foram rigorosamente orientados para os devidos cuidados de prevenção, constantes no protocolo. Entretanto, a maior parte dos testes positivos está relacionada ao não cumprimento do protocolo, cujas contaminações se dão essencialmente fora do ambiente do futebol. Por isto, inclusive, a FPF estuda com os clubes estabelecer punições aos profissionais que descumprirem os protocolos de saúde estabelecidos.

Cabe salientar que o Comitê Médico da FPF e os médicos dos clubes do Campeonato Paulista são absolutamente sensíveis ao momento atual da pandemia no Estado de São Paulo e que os protocolos são dinâmicos. Por esta razão, para a volta dos jogos nesta Fase Emergencial, defendem a concentração no modelo de “bolha” em ambiente controlado, com testes seriados, avaliação médica diária e rastreamento de contato dos eventuais casos positivos".

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Comentários (4)
30/03/2021 16:45:06 Igor Braun

Só vai dar certo retomar se fizer a bolha com todos os times juntos, que nem na NBA

ouro
30/03/2021 15:47:32 Lemonz

O índice e alto devido ao número alto de jogadores pouco profissionais e sem nada na cabeça que seguem indo em festinhas e aglomerações no meio da pandemia. Os futebolistas europeus são muito mais profissionais e tem protocolos mais rígidos que são devidamente seguidos, ao contrário do Brasil onde tudo e um caos. O SPFC foi um dos clubes que melhor conduziu protocolos de proteção na pandemia, mesmo assim houve alguns casos.

prata
30/03/2021 15:41:55 C@RLOSSPFC

Nada haver essa análise,a questão aqui é o campeonato paulista da primeira divisão.

30/03/2021 15:07:11 Adriano Brito

Profissionais de saude nao sao testados semanalmente como os jogadores, geralmente apresentam algum sintoma pra depois serem diagnosticados, no futebol paulista da primeira divisao o controle é rigido e tem agido na prevensão, é infinitamenre mais seguro que outras profissoes!

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