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Entenda o que funcionou para o São Paulo vencer o Flamengo no Pacaembu

Se fossem mostrados a algum extraterrestre o vídeo do jogo do meio de semana do São Paulo, contra o Fluminense, e o deste domingo, na vitória por 2 a 0 diante do Flamengo, certeza que daria um "tilt" na cabeça do pobre alienígena.



Muito da mudança (para melhor) no Tricolor, especialmente no primeiro tempo, teve a ver com postura em campo. E para não parecer um termo muito genérico, entenda-se "postura", neste caso:

- firmeza na marcação, que começou com os atacantes;
- confiança na tomada de decisões, tanto atrás quanto na frente;
- jogo simples, sem firulas: quando era para dar bicão, o time deu bicão, quando a jogada precisava de mais recurso, os atletas mais capacitados, como Hernanes e Cueva, resolviam.

O time não foi perfeito – e cobrar perfeição de uma equipe que luta contra o rebaixamento beira a insensatez. Mas mostrou, dentro dos ingredientes citados acima, que é capaz de fazer um jogo minimamente equilibrado contra um time da parte de cima da tabela.

É de se destacar o papel de Dorival Júnior, que mexeu na formação titular e se deu bem com suas apostas. Vamos a elas:

- Jucilei voltou ao time no lugar de Lucas Fernandes. Jogou centralizado, na função que vinha sendo exercida por Petros;



- Este, por sua vez, acabou deslocado mais para a direita do campo. No ataque, isso significou trocar de posição em determinados momentos com Cueva. Na defesa, representou um desafogo a Militão, que ganhou companhia. Quer um exemplo prático? Olha esse vídeo abaixo. Ele mostra três lances em que Petros volta para acompanhar Everton:

- Na lateral, ele deu nova chance a Edimar e sacou Júnior Tavares, que vinha falhando, como no jogo contra o Fluminense, e dava muito espaço pela esquerda do time. Edimar, ciente de que precisava fazer o feijão com arroz, não inventou.

Aqui, antes que se comece a achar que o treinador são-paulino é um gênio e o time, uma máquina, vale frisar: esse 4-1-4-1 com Jucilei como "primeiro um" não é novidade, Dorival já havia tentado, logo que assumiu o comando, organizar a equipe dessa maneira. Não funcionou. Por que deu certo desta vez? Lembra da tal da postura? Pois é...

Cueva e Marcos Guilherme, quando o time jogava sem a bola, pareciam alas. Assim como Petros, voltavam para acompanhar os pontas do Flamengo.

Para se ter uma ideia do todos esses fatores representaram em campo, com 20 minutos de bola rolando, o São Paulo tinha 68% de posse, contra 32% do Flamengo. Acrescente a essa estatística um gol a favor no placar, que Pratto marcou aos 13 minutos. Pronto. A receita para uma equipe mais tranquila e menos sujeita a crises repentinas de ansiedade estava pronta.

Com mais 20 minutos de confronto, a posse já era bem mais equilibrada (cerca de 52% a favor dos paulistas), mas o Tricolor, que tanto sofre defensivamente, sobrou (quem diria) nesse aspecto. Bem compactado, impediu o setor de criação flamenguista de jogar solto.

E ainda contou com enorme colaboração rubro-negra no gol de Hernanes, aos 39. O lance passou por quatro jogadores: Sidão, Militão, Cueva e Hernanes. Ao Profeta, só faltou ser estendido o tapete vermelho para entrar na grande área completamente livre para cabecear bonito.

Claro que jogar nesse ritmo por 90 minutos se mostraria inviável. Fisicamente, eu digo. Já no intervalo, por exemplo, o Cueva reclamava com o médico do São Paulo sobre dores musculares. Aguentou bastante ainda, até os 36 minutos do segundo tempo, quando deixou o campo exausto, substituído por Jonatan Gómez.

À essa altura, com o Flamengo bem melhor após a entrada de Diego, vale destacar outro jogador que tantas críticas (merecidas) vem recebendo em 2017: Rodrigo Caio foi perfeito nos cortes de cabeça. E Sidão, com uma defesa espetacular nos acréscimos, impediu qualquer esboço de reação carioca.

Para uma torcida que se acostumou a um padrão tão baixo de desempenho neste Brasileiro, vitórias como a deste domingo podem fazer muita gente achar que o Soberano está de volta. Calma. É bom sempre ter em mente as palavras de Hernanes ao fim do jogo contra o Fluminense, quando falou que o time tinha de apanhar mais para amadurecer. As porradas continuarão. Desta vez, porém, pode-se sonhar com uma equipe que, enfim, esteja aprendendo a brigar.

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