Dios, como é chamado pelo torcedor, tem tido comportamento exemplar fora dos campos

Diego Lugano não joga desde 2 de julho. Em algumas das partidas neste período, ele nem sequer ficou no banco de reservas. Mas, por mais paradoxal que possa parecer, o moral do zagueiro só cresceu desde então. É que o uruguaio tem dado várias demonstrações de liderança e comportamento exemplar fora das quatro linhas.

Tanto a diretoria, quanto a comissão técnica e seus companheiros estão impressionados com o comprometimento de Lugano. No triunfo sobre o Vitória, no último fim de semana, ele foi um dos que mais falaram na conversa que antecedeu o início da partida. A cada gol tricolor, Dios era o primeiro a chegar para festejar com os colegas.

Desta maneira, ele mostrou a todos que, mesmo com sua condição de principal ídolo do torcedor, não está preocupado com o fato de ser reserva, mas sim em tirar o São Paulo da zona de rebaixamento o mais rápido possível.

Lugano ainda teve papel importante na conversa tensa com alguns líderes de torcidas organizadas na semana passada, no CT da Barra Funda. No dia a dia de treinos, ele é sempre um dos primeiros a chegar ao local de trabalho e um dos últimos a sair. E mais: cobra os companheiros, elogia, incentiva...

Desde que Dorival Júnior estreou como técnico, Lugano não jogou qualquer minuto. Ainda assim, ciente da preferência do treinador por Rodrigo Caio, Arboleda, Bruno Alves e até Militão, o uruguaio recusou na última janela de transferências uma proposta financeira muito melhor para jogar no Glasgow Rangers, da Escócia.

Além de ganhar mais, ele também tinha a promessa de que seria titular. E ainda ganharia um contrato de duas temporadas, contra o vínculo que se encerra em dezembro no Tricolor. "Não posso deixar o São Paulo nesse momento, brigando contra o rebaixamento", respondeu o zagueiro aos escoceses.

Por causa de todas essas situações, cresce a cada dia um movimento que tenta sensibilizar Lugano a se aposentar em dezembro para virar funcionário fixo do São Paulo a partir de 2018. Porém, o uruguaio tem a ideia de jogar mais uma temporada, ainda que seja no exterior, antes de pendurar as chuteiras. A única certeza é de que ele nunca jogará em um rival do Tricolor.