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Ceni foi humilde e competente para ganhar o duelo tático de Cuca

Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

O clássico foi redentor para o clube do Morumbi. Ganhou o clássico diante do Palmeiras que, todos sabem, tem o melhor elenco e pertence ao grupo dos favoritos à conquista do torneio.

O jogo teve mais ingredientes para a torcida. A maioria rejeita o Michel Bastos, que atuou desde o início. Jean, ex-atleta do clube e exímio cobrador de pênalti nas últimas temporadas, desperdiçou a oportunidade para igualar quando o resultado era 1×0.

Rogério Ceni acertou muito mais que Cuca. Houve, na prática, a inversão de papéis de novato e do experiente campeão.

Lucas Pratto brilhou em ambos os gols.

Fernando Prass se equivocou nas duas finalizações. O goleiro não pode ser o cerne de quem critica o desempenho do Alviverde. Outros atletas renderam pouco, o São Paulo foi mais intenso, competente e inteligente na parte coletiva.

Humilde ao elaborar

O Palmeiras ofereceu a bola para o Internacional no Allianz Parque e, nas transições velozes à frente, construiu oportunidades e o gol. Tomou iniciativa diante do Tucumán e os 'hermanos' conseguiram muitas finalizações.

O treinador, ciente que o Alviverde tem o melhor elenco, necessitava recuar todas as linhas e optar pela proposta de futebol distinta da que insistiu na maioria dos jogos.

Entendeu e orientou o sistema de marcação a alternar as tentativas de retomar a bola alguns metros à frente ou atrás da linha divide o gramado, em vez de na área do oponente como quer implementar desde o início da temporada.

Cuca aceitou a oferta.

O Alviverde permaneceu mais no campo de frente e ditou, em vão, o ritmo. Tinha que achar as brechas para ultrapassar o sistema de marcação, mas foi incapaz e tocou de lado.

O São Paulo, ao retomar a bola, investiu na velocidade para finalizar.

As escalações e o posicionamento determinaram o 'nó tático'. Mina e Juninho pelos lados e Felipe M por dentro formaram o trio diante do Fernando Prass. O Mayke e o Michel Bastos, que têm dificuldades nos desarmes, apoiaram muito e abriram avenidas para Cueva e Luís Araújo.

O zagueiro colombiano teve que cobrir os avanços na direita e perdeu alguns lances na corrida para o atleta que subiu das categorias de base.

O peruano cooperou no sistema de marcação e tecnicamente foi o menos produtivo do time no meio de campo para a frente.

Marcinho, na ala-direita do São Paulo, apoiou menos, mas foi o autor assistência para Lucas Pratto finalizar e comemorar.

Prass, Jean, Araújo e Lucas Pratto

O goleiro se equivocou porque tinha de fechar o ângulo e havia pequena lacuna entre si e a trave. Sobrou categoria para o centroavante. Não era simples acertar. Merece ser tão elogiado quanto o veterano pode ser criticado especificamente no lance do gol inaugural.

No outro, Prass tinha como tocar na bola após a finalização de Luis Araújo. Lucas Pratto de novo foi o protagonista do acerto. Se mexeu e conseguiu a brecha para a assistência precisa, que permitiu ao colega a finalização apenas com o ídolo do Palmeiras em frente.

Jean chutou o pênalti para fora. O empate, naquele momento, poderia 'convencer' o São Paulo a avançar todas as linhas e alterar a dinâmica do clássico.

Cuca poderia ter optado por distinta escalação

O lance aconteceu porque Guerra saiu, Keno entrou e conseguiu o toque para Michel Bastos confundir Lucão e a bola sobrar ao Jean, derrubado por Jucilei. O substituto tem a velocidade e o drible para tentar otimizar o sistema de criação e transformar a permanência com a bola em algo construtivo para o Alviverde.

A formação inicial e a estratégia do técnico foram ineficazes. Preferiu atuar com Willian de centroavante. Na meia optou por Dudu e Guerra, que sabem apoiar pelas beiras do campo, mas preferem jogar na diagonal e triangular com os laterais ou os atacantes pelos lados.

Ninguém foi colocado pelos lados do ataque. Mayke e Michel Bastos foram os encarregados de apoiar e alargar o sistema de marcação do oponente, onde poderiam tentar as triangulações com os colegas do elenco.

O lentidão de ambos na recomposição sobrecarregou os zagueiros.

Jean e Tchê Tchê, por dentro, tentaram criar e entrar na área para finalizar. Houve pouca fluência pelos lados, além de atletas competentes para o cabeceio na área de Renan, e inspiração individual e coletiva.

Borja foi algoz do São Paulo na Libertadores, aumentaria a estatura, e Willian poderia atuar aberto para o time ter profundidade e repertório. Sei que o improvisado merece a oportunidade porque rendeu mais que o colombiano na temporada.

Me refiro especificamente ao que o clássico exigiu. A formação inicial, diante de times com atletas menos velozes e técnicos, pode ser eficaz, desde que haja maior entrosamento dentro de campo.

São Paulo teve mais força coletiva

No início o time do Morumbi foi para cima e o Palmeiras em velocidade conseguiu a finalização. Foi o único momento no qual houve muitas lacunas para Dudu e cia atuarem com facilidade.

Maicon, Rodrigo Laio e Lucão, o trio de zaga, ganharam o auxílio da parede de atletas no meio de campo.

Jucilei foi o melhor no setor. Cícero cumpriu o necessário, Cueva recuou para a recomposição. Junior Tavares e Marcinho entenderam quando deviam ser alas ou laterais.

Isso garantiu para o sistema de marcação a tal da compactação ausente nas eliminações em outros torneios.

Conseguiu ser eficaz nos cruzamentos. Nem me lembro quando, tomando ou não o gol, o time orientado pelo treinador atual foi competitivo para desarmar por cima, tal qual mostrou no clássico.

O Palmeiras tinha que investir mais nessa vulnerabilidade, inclusive se foi diminuída ( saberemos durante o torneio). que é a alternativa mais comum no atual futebol.

Resolvido com futebol

Os responsáveis pelo cumprimento das regras foram competentes. Acertaram nos lances que poderiam alterar o que houve em campo.

O São Paulo reclamou o pênalti de Felipe M, que tocou com a mão na bola, mas houve a falta de Cícero na disputa por cima.

O que enxergou no Jean foi inquestionável. Manteve o cartão, Jucilei tocou no volante, no bolso porque tem de seguir os critérios que os burocratas querem implementados nos gramados.

Avalio como equívoco o amarelo para Mina.

No clássico, ninguém reclamou de impedimentos ou citou o trio, o que é atípico no país. Apenas os jogadores e treinadores construíram o resultado favorável à agremiação do Morumbi.

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