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Veja os planos do diretor de futebol do São Paulo

Vinícius Pinotti conta suas ideias para devolver Tricolor ao topo: confiança nos métodos do técnico, austeridade em contratações e transformação de atacante argentino em exemplo no clube

Vinicius Pinotti tem a missão de reestruturar o futebol do São Paulo (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Vinícius Pinotti, 40 anos, assumiu o comando do futebol do São Paulo em meio à tormenta de três eliminações consecutivas (Paulistão, Copa do Brasil e Sul-Americana). Ele mesmo diz que boa parte de seu trabalho durante esse primeiro mês na função consistiu em “apagar incêndios”.



E trabalho é o que não falta.

Sob nova direção, o Tricolor precisa voltar a ser campeão. Nos últimos oito anos, a única taça erguida foi a da Sul-Americana, em 2012. Muito pouco, principalmente diante de momentos dominantes dos três principais rivais (Corinthians, Palmeiras e Santos). Para chegar lá, Pinotti defende que o futebol do clube tenha gestão, metas e mudança completa de perfil.

Em conversa com a reportagem do GloboEsporte.com, o executivo explicou alguns pilares de seu projeto para reerguer e conduzir o São Paulo novamente ao topo.

INCONFORMISMO COM A DERROTA

Deixar de ser coadjuvante para ser protagonista dos campeonatos. Indignação com maus resultados, dos jogadores à comissão técnica. É isso que Pinotti exige ver no São Paulo. Esse discurso não é novo e já falhou com outras gestões, mas o diretor tem até um modelo a ser seguido: o atacante Lucas Pratto.

– Ele é o cabeça da construção do São Paulo, a cara do que eu acho que o São Paulo precisa ter. É bom jogador, honesto, gente boa e deixa a vida em campo. É difícil encontrar jogadores com a qualidade dele, mas a garra, a honestidade e o comprometimento, isso precisa ter.

Para detectar quem se encaixa ou não em seu ideal de equipe, Pinotti está atento às reações após os resultados. Sofrer, se incomodar e trabalhar mais. É o que ele espera diante de fracassos.

"Pratto é a cara do que eu acho que o São Paulo precisa ter. É bom jogador, honesto, gente boa e deixa a vida em campo" (Vinícius Pinotti, diretor de futebol do São Paulo)

RESPONSABILIDADE FINANCEIRA

O torcedor não deve esperar grandes contratações na próxima janela de transferência. O clube segue num processo de recuperação financeira, e Pinotti promete austeridade.

– O que me norteia é equilíbrio financeiro. O São Paulo não pode mais fazer loucuras. Estamos sempre de olho no mercado e queremos reforçar o São Paulo, mas com transações racionais e que se sustentem ao longo do tempo. Do contrário, não faremos.

Por outro lado, é possível e até necessário vender um atleta no meio do ano. As vendas dos jovens David Neres e Lyanco podem render até R$ 77 milhões ao clube, cujo maior investimento foi contratar Lucas Pratto por R$ 20,5 milhões. No grupo atual, ninguém tem mercado mais promissor do que o zagueiro Rodrigo Caio, embora o atacante Luiz Araújo já tenha recebido proposta de R$ 22 milhões.

Diferenciar custos e investimentos, aliás, é outra bandeira do novo diretor.

– Uma coisa é cortar custos, outra é cortar investimentos. Cortar investimentos é o ciclo da morte. Queremos reduzir custos para ter uma gestão responsável e ter critério para saber onde investir. Com a venda do David Neres, contratamos o Pratto. Foi um bom investimento.

"O São Paulo não pode mais fazer loucuras. Estamos sempre de olho no mercado e queremos reforçar o São Paulo, mas com transações racionais e que se sustentem ao longo do tempo. Do contrário, não faremos" (Vinícius Pinotti, diretor de futebol do São Paulo)

ESTABILIDADE AO TÉCNICO

Desde o tricampeonato brasileiro consecutivo (2006, 2007 e 2008), o São Paulo teve 12 técnicos, sem falar nos interinos. Nada deu resultado. Isso fortalece a bandeira de Pinotti: continuidade.

– O São Paulo não pode mais trocar de técnico como troca de camiseta. Como você pode querer mudar conceitos e condutas de um clube, e demitir um cara em quatro meses?


Rogério Ceni tem o respaldo da atual diretoria: contrato vai até dezembro de 2018 (Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net)

O diretor foi um dos mentores da transformação de Rogério Ceni em técnico da equipe, ainda no ano passado, mas promete não deixar que essa relação prejudique suas avaliações. Pinotti admite que resultados serão importantes, mas defende com veemência o trabalho atual.

– Eu achei vergonhosa a eliminação para o Defensa y Justicia, mas você não pode mudar o que enxergava sobre a pessoa no dia anterior. No dia seguinte não acredita mais? Eu acredito no método de trabalho do Rogério. Não é o goleiro, o mito, quem está aqui é o técnico. O que ele representa para o São Paulo está na história e ninguém tira, mas o que está aqui é o que trabalha com conceitos inovadores, motivação, seriedade e honestidade.

"Não é o goleiro, o mito, quem está aqui é o Rogério técnico. O que ele representa ao São Paulo está na história e ninguém tira, mas o que está aqui é o que trabalha com conceitos invoadores, motivação, seriedade e honestidade" (Vinícius Pinotti, diretor de futebol do São Paulo)

GESTÃO E METAS

No mês de junho, Pinotti terá de apresentar ao Conselho de Administração, órgão responsável pela gestão do clube, suas metas para o departamento de futebol. Em termos de resultados, ele já adianta qual é a de 2017:

– Qualquer coisa que não seja (classificação para a) Libertadores estará fora das metas.

Mas o dirigente quer sair do campo. Pretende modernizar os dois centros de treinamento do São Paulo – Barra Funda, onde treinam os profissionais, e Cotia, da base –, reduzir custos e criar uma política que amplie a abrangência de seu departamento.

– Esse olhar raso de que um departamento de futebol só existe para contratar e vender jogadores me incomoda. O que define esse trabalho é gestão de pessoas. Desde negociações até a condição de trabalho de todos os funcionários. Quando o São Paulo faz um gol, a pessoa que fez a limpeza do quarto do Pratto é muito importante.

CONTRATAÇÕES

Independentemente do valor a ser gasto ou do status do reforço, a contratação de qualquer jogador passa por quatro áreas: a comissão técnica, chefiada por Rogério Ceni, o departamento de análise, a diretoria, que tem em Pinotti o cabeça, e a presidência, ocupada por Leco. Um modelo para tentar reduzir ao máximo a chance de erro.

Os atacantes Morato e Marcinho, por exemplo, vindos de Ituano e São Bernardo depois do Paulistão, são vistos como ótimos negócios: promissores, baratos e de bom comportamento.

O advogado Alexandre Pássaro é o executor. Não participa das questões técnicas da escolha, mas negocia de acordo com o orçamento e apresenta as possibilidades à diretoria.

LUGANO

Não há novidade. O São Paulo segue em dúvida sobre sua renovação ou qual lado da balança pesa mais: o da presença e liderança que colaboram com a equipe e na relação com a torcida, ou o do alto salário que poderia ser pago a um jogador com mais tempo em campo.

O atual contrato termina no dia 30 de junho e ainda não há consenso.

– A decisão sobre o Lugano é da comissão técnica, do presidente e da comunidade são-paulina. Sou apenas um dos pilares dessa decisão.


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