Milton Cruz trabalhou no São Paulo por quase 23 anos (Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Estadão Conteúdo)

Milton Cruz foi assistente técnico do São Paulo por mais de 20 anos. Durante todo este período, ele dividiu vestiário com Rogério Ceni, que na época era jogador. Para Cruz, o comportamento do ex-goleiro quando atuava já era um indicador de que ele teria uma carreira promissora como técnico.

“O Rogério é um grande amigo, a gente se fala ainda, está sempre em contato. Tenho um carinho muito grande por esse tempo todos que convivemos juntos. Ele tem tudo para dar certo por tudo que ele passou dentro do São Paulo. Ele orientava a defesa, orientava o time. Eu acho que falta um pouco de rodagem, mas essa rodagem ele vai ter dentro do São Paulo. A torcida está tendo paciência, a diretoria também. O Rogério tem tudo para ser um grande treinador aqui no Brasil”, analisou Milton Cruz em entrevista à Rádio Bandeirantes.



Milton Cruz foi desligado do São Paulo em março de 2016. O ex-auxiliar não esconde que deixou o clube chateado.

“Isso já passou. No começo eu fiquei sim magoado pela situação como fui demitido. Não achei justa a forma como fui demitido. Eu merecia um pouco mais de respeito”, afirmou.

Acostumado aos vestiários do futebol, Milton Cruz também minimizou o desentendimento entre Felipe Melo e o preparador físico Omar Feitosa no Palmeiras.

“É normal no futebol ter discussão, sempre acontece. Com membros da comissão é difícil o jogador se estranhar. Mas o Omar é um cara do bem, também trabalhou no São Paulo. Acho que não interfere em nada no desempenho da equipe. O Felipe Melo já teve uma conversa com Omar. As coisas vão ficar nos seus devidos lugares”, opinou.

Neste ano, Milton Cruz comandou o Náutico por três meses. Apesar de não ter recebido pelo trabalho, ele aprovou a experiência.

“Três meses, não recebi um tostão. Estava pagando para trabalhar. Foi uma experiência boa, cheguei lá e tinha uma equipe montada que estava há seis jogos sem ganhar. Com os mesmos jogadores, conseguimos fazer a equipe evoluir. Em seis clássicos, vencemos quatro”, disse o técnico, que valorizou os atletas do Timbu pelo comprometimento.

“Tem que parabenizar os jogadores que estavam lá, que foram profissionais ao extremo. A gente tentou se unir e por isso os resultados foram saindo. Mas não é fácil comandar uma equipe que estava sem receber. Tinham jogadores que estavam há seis meses sem receber”, completou.